Desde a morte de Cássia Eller, em 29 de dezembro de 2001, a indústria fonográfica procura uma cantora que some originalidade, voz potente e uma atitude que a faça única. Ainda que muitas continuem tentando – Ana Carolina, Maria Gadú e afins –, o posto continua vago. Talento não brota em árvore. Mas eis que vem a público o primeiro álbum de Francisco Eller, que os fãs conheceram desde pequeno, por vezes fazendo aparições nos shows da mãe e, após a morte dela, sendo alvo de uma polêmica disputa judicial.
Esqueça Chicão, o apelido dado por Cássia ao filho ainda bebê. Hoje com 22 anos, ele responde por Chico Chico, voz, violão e alma da banda 2X0 Vargem Alta, quinteto formado com os amigos Artur Pedrosa (bateria), Dudu Solto (baixo), Leandro Bocão (guitarra) e Pedro Fonseca (teclados). O álbum, que leva o nome do grupo, reúne 12 canções, oito delas de autoria de Chico Chico – muitas faixas circulavam desde o ano passado na internet.
Gravado pelo Porangareté, selo de Chico e de Maria Eugênia, a mulher de Cássia, e lançado pela Coqueiro Verde, foi produzido pelor Rodrigo Garcia, amigos das antigas da cantora. O que fica mais latente já na primeira audição é a semelhança entre o timbre de voz. Mesmo que Chico Chico tente se descolar da trajetória da mãe, o DNA fala mais alto. Há canções em que isso fica bem claro, como Folhas da Piazza Paris, em que a voz, ainda mais grave e rascante do que a de Cássia, também tem humor, brincando na interpretação. Como no tom autodepreciativo do blues Minha voz: “A minha voz sendo amplificada, mal gravada, desafinada e mal dizida”, que é colorido por um vocalize de Júlia Vargas. A cantora fluminense, que esteve em Belo Horizonte mês passado, fazendo show com Chico Chico, comparece ainda em Chia.
A sonoridade também é prova de que a escola de Chico Chico foi também a da mãe. Tem rock rural (De manhã cedo, de Tui Lana, que enfatiza o clima com barulho de sino e chuva), baladas blues (Nada mais e Quanto calor) e até influência da música nordestina (Amor pra dar, com uma pegada de baião). Em meio a essas canções, o 2X0 Vargem Alta ainda manda bem em duas instrumentais: Caponav, solo de Chico Chico ao violão; e Billy, outra de acento rural, novamente conduzida pelo violão dele, aqui em duo com a gaita de Rodrigo Garcia.
Se Cássia fez carreira como intérprete, Chico Chico, com sua porção compositor (mesmo que em formação), busca uma trajetória desvinculada da dela. Mas sabe reverenciar o passado, tanto que o disco é fechado com Hard time killing floor blues, standard blueseiro de Skip James, única versão do álbum.
Esqueça Chicão, o apelido dado por Cássia ao filho ainda bebê. Hoje com 22 anos, ele responde por Chico Chico, voz, violão e alma da banda 2X0 Vargem Alta, quinteto formado com os amigos Artur Pedrosa (bateria), Dudu Solto (baixo), Leandro Bocão (guitarra) e Pedro Fonseca (teclados). O álbum, que leva o nome do grupo, reúne 12 canções, oito delas de autoria de Chico Chico – muitas faixas circulavam desde o ano passado na internet.
Gravado pelo Porangareté, selo de Chico e de Maria Eugênia, a mulher de Cássia, e lançado pela Coqueiro Verde, foi produzido pelor Rodrigo Garcia, amigos das antigas da cantora. O que fica mais latente já na primeira audição é a semelhança entre o timbre de voz. Mesmo que Chico Chico tente se descolar da trajetória da mãe, o DNA fala mais alto. Há canções em que isso fica bem claro, como Folhas da Piazza Paris, em que a voz, ainda mais grave e rascante do que a de Cássia, também tem humor, brincando na interpretação. Como no tom autodepreciativo do blues Minha voz: “A minha voz sendo amplificada, mal gravada, desafinada e mal dizida”, que é colorido por um vocalize de Júlia Vargas. A cantora fluminense, que esteve em Belo Horizonte mês passado, fazendo show com Chico Chico, comparece ainda em Chia.
A sonoridade também é prova de que a escola de Chico Chico foi também a da mãe. Tem rock rural (De manhã cedo, de Tui Lana, que enfatiza o clima com barulho de sino e chuva), baladas blues (Nada mais e Quanto calor) e até influência da música nordestina (Amor pra dar, com uma pegada de baião). Em meio a essas canções, o 2X0 Vargem Alta ainda manda bem em duas instrumentais: Caponav, solo de Chico Chico ao violão; e Billy, outra de acento rural, novamente conduzida pelo violão dele, aqui em duo com a gaita de Rodrigo Garcia.
Se Cássia fez carreira como intérprete, Chico Chico, com sua porção compositor (mesmo que em formação), busca uma trajetória desvinculada da dela. Mas sabe reverenciar o passado, tanto que o disco é fechado com Hard time killing floor blues, standard blueseiro de Skip James, única versão do álbum.