Legado de Renato Russo volta a ser objeto de disputa

Ex-integrantes da banda disputam com o filho do músico o direito de música inédita do Legião Urbana

por Agência Estado 30/10/2015 09:47
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(foto: Facebook/Reprodução)
Giuliano Manfredini, herdeiro e filho único de Renato Russo, tem nas mãos o peso da história. Aos 26 anos, o administrador dos direitos autorais deixados pelo líder da Legião Urbana, morto em 1996, fala com promessas de devoto. "Eu vou olhar pela obra do meu pai até o meu último dia de vida."

Seu nome saiu dos bastidores semana passada para ressurgir no front de um tiroteio. Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, guitarrista e baterista remanescentes da Legião, estavam com um box pronto para ser lançado. Uma caixa que traria o CD da Legião de 1985, o primeiro do grupo, e outro com material inédito, sobras de estúdio e uma canção chamada 1977, que a Legião jamais gravou e que daria origem a outras duas músicas, Fábrica e Tempo Perdido. A canção 1977, então, se tornou objeto de disputa.

Manfredini diz que a música foi feita apenas por seu pai, sem participação dos outros integrantes. "Eu tenho como provar, e essas provas serão usadas na Justiça, já que o Dado está me ameaçando de processo", diz. Sendo assim, os direitos autorais seriam apenas do próprio herdeiro.

Dado e Bonfá não concordam. Divulgaram um documento com a letra da música carimbada pelo antigo departamento de censura da Polícia Federal que mostra o nome dos três como autores. Na quinta-feira (29/10) a reportagem tentou ouvir Dado, sempre mais citado na entrevista por Giuliano. Informado de que o filho de Renato disse ter provas da autoria solo de seu pai a respeito de 1977, apenas respondeu, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai esperar que ele mostre as provas que tem primeiro.

Giuliano Manfredini, em entrevista ao Estadão, acusou novamente os outros integrantes do grupo de tentarem se apropriar indevidamente da canção, falou sobre outros projetos que envolvem o nome de seu pai, disse que ainda tem muito material inédito a ser conhecido e deu sua opinião sobre a atual temporada de shows que Dado e Marcelo Bonfá fazem pelo Brasil com o vocalista André Frateschi como forma de homenagear a Legião Urbana.

Qual sua opinião sobre os shows que Dado e Bonfá fazem com o repertório da Legião?
Olha... (longa pausa). Eu nunca tive qualquer objeção com relação a eles tocarem Legião Urbana, fazerem turnês... Minha política é de fomento. Quanto mais se toca a obra do meu pai, melhor. Mas tem uma coisa, eu não acho que exista Legião Urbana sem Renato Russo.

Mas eles dizem que não estão substituindo Renato nem retomando a Legião.
Se quisessem mesmo fazer dessa forma, apenas deveriam deixar isso mais claro. Uma hora dizem que é uma coisa, outra dizem que é a volta da Legião com um vocalista substituindo Renato. Acho que é preciso ser mais sincero.

O que achou da experiência com o Wagner Moura (em 2012, Wagner cantou com Dado e Bonfá em show da MTV)?
Como falei, Legião Urbana sem Renato não existe.

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