O álbum Concertos para cordas traz oito composições de Vivaldi, que ganharam sua primeira gravação no Brasil. O trabalho apresenta a faceta orquestral de um autor conhecido por compor para violino e violoncelo. O repertório exigiu pesquisas, estudos e preparação minuciosa, inclusive no Instituto Antonio Vivaldi, na Itália, onde foram consultadas as partituras originais.
“Essa música belíssima, raramente gravada, é perfeita para mostrar os méritos da Orquestra Ouro Preto”, defende Toffolo, orgulhoso da versatilidade de seu grupo: “Demos cara nova e moderna, quase lúdica, às composições de Vivaldi”. É a segunda vez que a orquestra grava o italiano, pois Quatro estações está no álbum com peças do argentino Astor Piazzolla. “Sou vivaldimaníaco.
Rodrigo explica que o CD marca o perfil de um grupo dedicado à música erudita, mas sem deixar de lado o repertório popular. “Nós nos preparamos para fazer o que gostaríamos de ser: uma orquestra versátil, sempre em busca da excelência”, explica. O próximo disco será um trabalho com o pianista e compositor Nelson Ayres. Também está nos planos um CD dedicado aos latino-americanos e outro à música do século 20.
Criada em 2000 como Orquestra Experimental da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) pelo compositor e bandoneonista Rufo Herrera e por Rodrigo Toffolo, a Orquestra Ouro Preto tem 20 integrantes. Lançou, entre outros trabalhos, Latinidade, Oito estações e Valencianas. Até o fim do ano, está previsto The Beatles.
Toffolo conta que faz parte de seu trabalho a militância a favor da valorização da música instrumental. “As pessoas pagam R$ 50 de estacionamento, mas acham caro o ingresso com esse valor para um concerto”, lamenta.
CONCERTOS PARA CORDAS: ANTONIO VIVALDI
Concerto e lançamento de CD. Neste sábado, às 16h. Museu das Minas e do Metal, Praça da Liberdade, s/nº, Centro. Entrada franca.
Lançamento oportuno
O empenho da Orquestra Ouro Preto em criar a própria discografia e videografia é sinal de valorização da comunicação por meio da arte. Trabalho necessário, pois o mercado fonográfico brasileiro não tem produtos nacionais voltados para a difusão de grandes autores e do repertório orquestral. As gravações são, majoritariamente, de grupos e artistas estrangeiros. Essa lacuna confere ao cenário nacional um traço provinciano. Além disso, faz parecer limitado e restrito ao popular um universo que é exuberante em meio a amplo contexto musical..