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Fãs se emocionam em reencontro com Los Hermanos em Belo Horizonte

Banda contou com a cumplicidade do público, que cantou do início ao fim

Mariana Peixoto
Cerca de 15 mil pessoas assistam o show na Esplanada do Mineirão - Foto: Marcos Vieira/EM/DA Press
Quinze mil pessoas. É difícil imaginar uma banda brasileira que consiga reunir, numa noite só, tanta gente nestes tempos de crise. Mas não se poderia esperar menos de um reencontro do Los Hermanos, banda brasileira mais relevante deste início de século, que teve sua história interrompida em 2007.
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Em nova turnê, a primeira desde 2012, os Hermanos levaram para a Esplanada do Mineirão o mesmo repertório (veja abaixo) que têm apresentado desde o início do mês em várias capitais. Foram 29 músicas em 1h50 de show, que afora algumas exceções, mantém a dinâmica de variar entre Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante nos vocais.

Dando espaço para todos os álbuns, o show teve início às 21h45 com a indefectível "O vencedor". Mal havia entrado no palco, Camelo já levantou o pedestal do microfone para o público cantar os primeiros versos. Como usual, só começou a cantar na segunda estrofe.

Um som de primeira, que dava espaço para a presença sempre marcantes dos metais que acompanham a banda, a apresentação teve um quê de nostalgia para os antigos fãs, minoria na plateia. Em sua maior parte, a plateia contava com jovens que os viam pela primeira vez.

O show, cantado pelos fãs do início ao fim, tem os mesmos recursos de impacto que marcaram a trajetória do Los Hermanos antes do fim: comoção desmedida com "Sentimental" (com telão só de luzinhas brancas, acompanhado por milhares de celulares) e "Conversa de botas batidas". Houve momentos interessantes, como o contraponto do hardcore abrasileirado de "Azedume", do primeiro álbum, com a climática "Pois é". Ou então ver os barbudos da plateia cantando no feminino, junto com Camelo, os versos de "A outra".

Com poucas palavras, como sempre, a dupla de vocalistas parecia bem entrosada. Houve até um momento fofo, com Camelo entoando versos de "Mania de você" (Rita Lee) para Amarante.

Com um final consagrador, quase carnavalesco - "Anna Júlia", "Quem sabe" e "Pierrot" - os Hermanos se despediram do público. Até, quem sabe, daqui a alguns anos.

Reencontro

Pato Fu misturou canções da safra mais recente com músicas de outras épocas - Foto: Marcos Vieira/EM/DA Press

Banda de abertura, o Pato Fu tocou por 40 minutos. Fernanda Takai lembrou-se que a história da banda se encontra com o Los Hermanos lá nos primórdios. "Quando o Camelo era estudante de jornalismo uma das primeiras entrevistas que ele fez foi com o Pato Fu."

No show, a banda misturou canções da safra mais recente, como "Não pare pra pensar" e "Ninguém mexe com o diabo", com músicas de outras épocas, como "Canção para você viver mais" e versões dos Mutantes (Ando meio desligado) e Legião Urbana (Eu sei).

Repertório Los Hermanos

O vencedor
Retrato pra Iaiá
Além do que se vê
Todo carnaval tem seu fim
O vento
Cadê teu suín?
Do sétimo andar
Samba a dois
Condicional
Azedume
Pois é
Morena
Um par
O velho e o moço
A outra
Paquetá
Sentimental
Primeiro andar
Tenha dó
Descoberta
Deixa o verão
De onde vem a calma
Conversa de botas batidas
Último romance
A flor
BIS
Adeus você
Anna Júlia
Quem sabe
Pierrot