Banda histórica do rock nacional, Casa das Máquinas volta a BH neste sábado

Veteranos dos palcos tocam no Stonehenge em retrospectiva dos mais de 40 anos de estrada

por Daniel Seabra 21/10/2015 18:11

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Hard rock misturado com rock progressivo. Assim pode ser definido o som de uma das mais históricas bandas brasileiras, que volta a Belo Horizonte neste sábado, 24, quando o Casa das Máquinas subirá novamente ao palco do Stonehenge. Eles estiveram por aqui, no mesmo local, em 9 de agosto de 2014.

 

“Sempre é muito bom voltar ao lugar em que foi feito um show. Isso significa que a banda agradou e tem cacife para poder voltar. Estar em BH novamente é sempre bom, aliás Minas tem servido o Brasil de ótimos músicos e várias bandas ótimas”, frisou o tecladista da banda, Mário Testoni Júnior.

Divulgação
(foto: Divulgação)
Uma banda precursora, que surgiu como Novos Incríveis (em alusão aos Incríveis), e foi a primeira no Brasil a ter, como integrantes fixos, dois bateristas. “O primeiro LP do Casa tinha uma formação parecida com Os Incríveis, com Netinho na bateria, Aroldo e Pisca nas guitarras, Carlos Geraldo no baixo e o Pique no sax, flauta e teclados. A experiência de tocar com dois bateristas foi muito bom, ímpar. Aliás os bateristas, além de tocarem muito, eram irmãos (Marinho, o atual baterista, e Netinho, dos Incríveis), e sendo assim suas pulsações eram quase que as mesmas. Foi ótimo mesmo, uma energia muito grande, um diferencial sem tamanho”, disse.

Foram três álbuns de estúdio (Casa das Máquinas, em 1974 – Lar das maravilhas, em 1975 – e Casa de rock, em 1976), uma coletânea (Pérolas, em 2000) e muita história para contar. A primeira fase da banda foi de 1973 a 78, e uma volta quase três décadas depois.

 

 

"Em 2007, tivemos uma proposta de um bar em Matão (interior paulista) que queria fazer uma apresentação com o Casa. Foi quando reunimos : eu, Netinho e Marinho, e convidamos o Andria (Busic) para o baixo e vocais (o mesmo do Dr. Sin), e o Faiska na guitarra. De um show foi para dois, e a galera querendo mais, e foi aí que resolvemos que era hora de voltar. Começamos os ensaios com essa formação e chegamos a fazer alguns Shows. Em seguida o Netinho resolveu cuidar mais dos Incríveis e aí acabei assumindo a direção do Casa junto com o Marinho”, explica o tecladista.

E agora a promessa é de que vem coisa nova por aí. Sem lançar material inédito desde 1976, Testoni adiantou que o Casa das Máquinas pretende gravar novidades. “A banda está na ativa desde 2010. Fizemos vários Shows pelo Brasil desde então, e este ano vamos regravar algumas músicas com essa nova formação. Ainda pretendemos lançar pelo menos duas músicas inéditas.”

Em família
Mário Testoni já teve, a seu lado, no palco, a companhia de seu filho, Leonardo Testoni, que integrou o Casa por algum tempo. “O Leonardo fez parte da banda por alguns anos, e aí resolveu seguir sua carreira sem o Casa. Particularmente senti sua falta, afinal, além de ser meu filho ele toca muito. E isso não é papo de paizão coruja, não. Dividir o palco com seu filho é uma coisa muito boa, sentir que tudo que o ensinou valeu a pena. É muito bom!”.

 

Para ele, o atual cenário musical brasileiro não é dos mais promissores. “Estamos vivendo um caos artístico, cultural, educacional, econômico, e principalmente político. Estamos falidos, em todos os setores. O cenário musical sofre com falta de músicos e músicas de qualidade, automaticamente nada de bom acontece. É só escutar qualquer rádio ou ligar a televisão. Por essa razão faz uns pares de anos que não assisto mais televisão, e não me faz falta alguma.”

Mas Testoni se mostra bastante otimista no futuro, já que dá aulas de música para crianças. E já sente o resultado. “Esse é um projeto que vai trazer frutos bons, isso num médio ou longo prazo. Dou aulas de música, no piano, para crianças numa cidade chamada Cosmópolis, na rede municipal, e tenho um projeto em minha cidade, Artur Nogueira, junto com a Secretaria de Cultura. São crianças de oito a 80 anos. Dá para acreditar?? O governo deveria estar fazendo algo similar para tentar tirar o país desse maldito caos. Mas eles preferem ter pessoas que não têm cultura e que não pensam. Seguirei dando aulas, sim, mesmo que alguns amigos me considerem louco”, brincou.

E a receita está dada: “Quando uma criança começa a ler partituras, pondo em prática toda essa teoria que aprendeu, sendo em um piano, flauta doce, violão ou simplesmente participando de um coral, significa que a semente que plantou está dando bons frutos e que, com certeza, esses frutos serão a base de uma cultura melhor, e sem dúvida alguma teremos um planeta muito melhor. É só investir em Cultura e Educação!” A abertura fica por conta da banda mineira Mantra.

Casa das Máquinas
Abertura da banda Mantra. Sábado, 24 de outubro, às 22h no Stonehenge Rock Bar (Rua Tupis, 1.448, Barro Preto). Ingressos a R$ 40. O local aceita cartões de débito e crédito das bandeiras Visa e Mastercard. Informações: 3271-3476.

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