O destino (ou seja o que for) tentou, mas não desfez a magia da noite dessa sexta-feira. No meio da ótima apresentação do grupo do flautista Alexandre Andrés, no Cine Theatro Brasil Vallourec, em BH, um dos martelos do piano (peça que percute as cordas do instrumento) quebrou. Um técnico foi chamado às pressas e fez o reparo em pleno palco, aplaudido pelo público ao final. Atrasado por conta disso, o pianista e violonista Egberto Gismonti entrou em seguida. Na segunda música, uma das cravelhas do seu violão quebrou.
A cravelha é aquela peça que o músico gira no extremo do braço do violão para afinar as cordas. Felizmente, isso mal foi percebido e o brilho de performances como as de 'Lundu' e 'Dança dos escravos' não foi comprometido em momento algum. Ao contrário, impressiona o registro vivo, descomprometido com limpeza excessiva de execução e quaisquer outros rigores. Um músico e compositor do “tamanho” de Gismonti transcende isso. De frente para o público, basta a expressão.
O fluminense de 67 anos levanta da cadeira, senta-se ao piano, toca Parabéns pra você de brincadeira e sinaliza que está tudo certo com o instrumento. A plateia ri e ele toca solto, livre, bonito. Em Infância, impressiona pela destreza com que mantem “cama” com a mão esquerda, enquanto a direita ronda ora as teclas graves, ora as teclas agudas. Um braço passa por cima do outro sem qualquer dificuldade e sem que o artista demonstre qualquer sinal de esforço. Até o fim do concerto, é tudo muito natural. E belo, muito belo.
Ele une com desenvoltura ritmos populares brasileiros às técnicas sofisticadas que domina ao piano. Um resultado que fascina e, ao mesmo tempo intriga. Porque é rebuscado e, ao mesmo tempo, chega fácil ao ouvido. Quantos músicos no país conseguem apresentar um concerto assim, seja pela técnica apurada, seja pelo repertório significativo e volumoso? Uma pérola como Café, por exemplo, foi “citada” ao violão durante apenas alguns segundos, tempo suficiente para que raciocinasse como emendar outra, Salvador.
Ao final, chama de volta para o palco Alxexandre Andrés e seu grupo, formado por alguns dos melhores músicos da cidade: Adriano Goyatá (que destacou-se pela bateria leve e sofisticada), Pedro “Trigo” Santana (baixo acústico) e Rafael Martini (piano, acordeon e violão). Seguindo a proposta do projeto Meio de Campo para a ocasião (troca de experiência entre jovens e veteranos), tocaram algumas músicas juntos e demonstraram entrosamento sobretudo em Maracatu, clássica de Gismonti. BH, de fato, tem música instrumental de alto nível.
O martelo e a cravelha se foram, mas a música ficou e o público a captou.
A cravelha é aquela peça que o músico gira no extremo do braço do violão para afinar as cordas. Felizmente, isso mal foi percebido e o brilho de performances como as de 'Lundu' e 'Dança dos escravos' não foi comprometido em momento algum. Ao contrário, impressiona o registro vivo, descomprometido com limpeza excessiva de execução e quaisquer outros rigores. Um músico e compositor do “tamanho” de Gismonti transcende isso. De frente para o público, basta a expressão.
O fluminense de 67 anos levanta da cadeira, senta-se ao piano, toca Parabéns pra você de brincadeira e sinaliza que está tudo certo com o instrumento. A plateia ri e ele toca solto, livre, bonito. Em Infância, impressiona pela destreza com que mantem “cama” com a mão esquerda, enquanto a direita ronda ora as teclas graves, ora as teclas agudas. Um braço passa por cima do outro sem qualquer dificuldade e sem que o artista demonstre qualquer sinal de esforço. Até o fim do concerto, é tudo muito natural. E belo, muito belo.
Ele une com desenvoltura ritmos populares brasileiros às técnicas sofisticadas que domina ao piano. Um resultado que fascina e, ao mesmo tempo intriga. Porque é rebuscado e, ao mesmo tempo, chega fácil ao ouvido. Quantos músicos no país conseguem apresentar um concerto assim, seja pela técnica apurada, seja pelo repertório significativo e volumoso? Uma pérola como Café, por exemplo, foi “citada” ao violão durante apenas alguns segundos, tempo suficiente para que raciocinasse como emendar outra, Salvador.
Ao final, chama de volta para o palco Alxexandre Andrés e seu grupo, formado por alguns dos melhores músicos da cidade: Adriano Goyatá (que destacou-se pela bateria leve e sofisticada), Pedro “Trigo” Santana (baixo acústico) e Rafael Martini (piano, acordeon e violão). Seguindo a proposta do projeto Meio de Campo para a ocasião (troca de experiência entre jovens e veteranos), tocaram algumas músicas juntos e demonstraram entrosamento sobretudo em Maracatu, clássica de Gismonti. BH, de fato, tem música instrumental de alto nível.
O martelo e a cravelha se foram, mas a música ficou e o público a captou.