Se no primeiro dia de Virada Cultural a chuva que estava prevista para cair durante o fim de semana resolveu não aparecer, o mesmo não aconteceu na segunda metade do evento. Logo no início da manhã deste domingo ela resolveu entrar em cena e um temporal atrapalhou parte da programação. Alguns shows foram cancelados ou sofreram atrasos. Mas assim que o tempo firmou, o público voltou a curtir as atrações, entre elas o violeiro Chico Lobo, a turma das Baianas Ozanas, Graveola e o Lixo Polifônico e Otto com participação da cantora Baby do Brasil. O dia ainda teve mais uma homenagem ao cantor e compositor Fernando Brant e o encerramento ficou por conta do grupo Molejo.
Confira como foram as primeiras 12 horas da maratona
Antes da chuva cair, o que se viu foi muita animação no começo da manhã na Rua Guaicurus, durante a festa @bsurda. Por volta das 6h30, cerca de 450 pessoas se divertiam na zona boêmia da cidade, um dos pontos mais animados da segunda metada da Virada Cultural. Debaixo do Viaduto Santa Tereza, a animação veio com a discotecagem de black music. Sem programação prevista no intervalo entre 7h até 9h, o Parque Municipal, no Centro da capital, virou ponto de descanso para quem começou a curtir a festa ainda no sábado e passou toda a madrugada acordado.
Previsto para começar às 8 horas na Praça da Estação, a apresentação do Bateras de Minas, com a participação de cerca de cem bateristas, foi adiado por causa do temporal que caiu na cidade. Por volta das 8h30, os músicos, que já estavam posicionados para o show, tiveram que correr para proteger seus instrumentos.
Chuva atrapalha apresentação do Bateras de Minas
No Cemitério do Bonfim, o coral Ensaio Aberto, sob condução do maestro Lindomar Gomes, fez homenagem a Fernando Brant. Na ocasião, o maestro anunciou que a música do cantor e compositor mineiro, falecido há dois meses, será tema da próxima edição do Festival Internacional de Corais, em 2016.
Já a visita guiada ao primeiro cemitério da capital, inaugurado em 1897, que reúne importantes obras de arte e onde estão sepultados grande nomes da história do estado de Minas Gerais e do país, também foi prejudicada pela chuva, e acabou adiada. O mau tempo ainda levou ao cancelamento da Rua do Lazer, na Praça da Estação, e do encontro de foodtrucks gastronômico que seria realizado no Museu Histórico Abílio Barreto.
Depois da "ducha de água fria", o público voltou a se animar e a comparecer em grande número. Na Praça Sete, o universo do samba ganhou voz na apresentação da banda Odilara. O grupo levou para o público músicas autorais e releituras de vários compositores consagrados do samba e da MPB. No Parque Municipal aconteceu o encontro de todas as bandas e corais que participaram do Festival Internacional de Corais (FIC) 2015. Coube a Marcus Viana comandar o encerramento do festival. Quem levou sombrinha por conta da chuva, acabou usando para se proteger do sol.
Nem só de música foi a Virada Cultural. O evento teve palestra com Amyr Klink. A partir de fotografias de seu acervo pessoal, o velejador brasileiro destacou a importância do consumo consciente da água. E para quem queria um pouco de emoção, descer a Assis Chateaubriand, no Bairro Floresta, na Região Leste de BH, foi uma boa opção. No local foi realizado o aquecimento para o Mundialito de Rolimã do Abacate, que vai acontecer no dia 4 de outubro no Bairro Salgado Filho, sede do Quilombo do Abacate. Cerca de 150 pessoas aproveitaram a pista livre até por volta das 16h.
Atração à parte
Sem dúvida um dos eventos mais divertidos da Virada aconteceu no Parque Municipal. A Gaymada, campeonato de queimada da diversidade, reuniu cerca de 80 trans, gays, lésbicas, drags e simpatizantes, divididos em oito times. O evento foi organizado pelo coletivo Toda Deseo.
Confira como foi a divertida partida de queimada
Para os amantes das quatro rodas, houve uma exposição de carros antigos no Viaduto Santa Tereza .
De volta à música, foi a vez de Érika Machado se apresentar no Parque Municipal. Em seguida, o som da viola ecoou no na principal área verde do Centro com o show do Chico Lobo e outros violeiros.
O público que foi à Praça da Liberdade curtiu a banda Take Five, que interpretou Coler Porter e Chico Buarque de Hollanda. A apresentação faz parte do projeto Aqui Jazz, que é integrante da programação associada da Virada. O Aqui Jazz vem percorrendo praças e parques de Belo Horizonte e Região Metropolitana desde 2004. Na Savassi ainda aconteceram shows de MPB e Jazz. O público que foi ao local pode assistir tranquilamente às apresentações por causa do reduzido número de pessoas.
O grupo Trovão das Minas, com um repertório que propõe um diálogo entre as tradicionais Toadas de Maracatu de Pernambuco, com a releitura de músicas de Domínio Público e composições autorais, fez sua apresentação, na Rua Guaicurus.
Sem a presença da chuva, atrações que tiveram que ser adiadas, puderam se apresentar. Foi o caso da Bateria Apaetucada, composta por jovens e adultos com deficiência intelectual e múltipla, da APAE-BH. O show também aconteceu no Parque Municipal. A apresentação de Dona Jandira, que também sofreu atraso, também foi realizada.
E no meio de tanta festa, também não faltou espaço para o carnaval fora de época. O Bloco Baianas Ozadas levou clima de folia ao Edifício Sulacap, no Centro da cidade, arrastando uma multidão. Já por volta das 17h, a chuva voltou a cair, mas sem atrapalhar.
Otto se mostrou à vontade em sua performance no palco do Sesc Palladium e depois de agitar o publico, chamou Baby do Brasil ao Palco.
Praça da Estação
Palco do esperado show do Sepultura, que aconteceu na madrugada de domingo, a Praça da Estação também recebeu outro reconhecido nome da música brasileira. Com duas horas de atraso, o grupo Molejo, uma das principais atrações da Virada, ficou responsável por fechar a maranota cultural. Antes, se apresentou no mesmo espaço, o grupo Berimbrow.