Gravado entre o Brasil e Portugal, o disco é produto das novas vivências do cantor, compositor e violonista de Niterói, radicado há cinco anos na Galícia (Espanha). Para garantir a rica vertente da rítmica brasileira, ele fez questão de trazer de volta aos estúdios o mestre Márcio Bahia, cuja bateria é reconhecida no mundo inteiro. “Depois, cobri o repertório com outras sonoridades”, explica Martins, lembrando que Galícia é quase uma extensão de Portugal. Acompanhado de Marcelo Martins (sax e flautas), Pablo Souza (contrabaixo) e Márcio Bahia (bateria), ele vai apresentar as canções praticamente da forma como elas vieram ao mundo, à base de voz e violão.
CUMBUS A presença de um instrumento árabe (cumbus), tocado pelo próprio cantor, é a deixa para o ouvinte penetrar na amplidão do novo universo em que Fred se embrenhou desde que decidiu trocar o Brasil pela Galícia. “Cumbus é uma espécie de alaúde de seis cordas com corpo de metal, que mais parece uma panela”, diz ele. O tampo é feito de uma pele de plástico.
Na opinião de Martins, o Brasil sofre com a economia da monocultura. “Não há contraponto. O público acaba refém dos modismos”, denuncia, lembrando que, a cada temporada, um gênero musical é escolhido para ser divulgado maciçamente. “Há mais publicidade do que qualidade”, lamenta o compositor, admitindo que está vivendo em ambiente mais arejado na Galícia.
Gravado por intérpretes como Maria Rita, Ney Matogrosso, Renato Braz e Zélia Duncan, Fred Martins acabou se tornando mais conhecido como compositor do que como intérprete. Em Para além do muro do meu quintal, ele registra inéditas e composições gravadas por ele e outros artistas.
FRED MARTINS E BANDA
Domingo, às 11h. Museu de Arte da Pampulha, Av. Otacílio Negrão de Lima, 16.585, Pampulha. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria, no dia do show, e na loja Acústica (Rua Fernandes Tourinho, 300, Savassi). O CD será vendido no MAP a R$ 20. Informações: (31) 3277-7996.