Toda a performance dos músicos foi gravada ao vivo, sem cortes e edições, conferindo uma atmosfera analógica ao projeto que conversa com a sonoridade setentista, à moda de Neil Young e Jimi Hendrix. “Com a tecnologia que dispomos hoje, dá para fazer um frankenstein com uma música. Aparentemente, qualquer um pode gravar um disco. Mas, no rock, a vibe é muito importante. Não consigo pensar em uma banda nos anos 1970 gravando cada instrumento separadamente”, afirma. “Como sou bicho de palco, gosto de ter músicos tocando ao meu lado, botando para foder. Nossa viagem não é a do perfeccionismo, mas da alma. Os músicos que me acompanham também precisam se expressar”, confessou a cantora, em conversa com o Correio.
O disco pode não ser o álbum definitivo de Cañas, pois ainda apresenta certa irregularidade. Sobretudo em alguns versos, que trazem combinações simplórias, por vezes ingênuas a alguém com posições tão fortes quanto as dela. No entanto, a situa num lugar de destaque e pode ser um dos mais interessantes na safra da música brasileira desse ano.
Novo disco de Ana Cañas. Slap/ Guela Records, 14 faixas. Preço médio: R$ 24,90.
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