A praça, como diz o nome, é do Papa. Mas, ontem, se tornou também praça Benny Goodman, praça Billie Holliday, Frank Sinatra ou, simplesmente, praça da música. Efeito da sétima edição do I Love Jazz, que se instalou no alto das Mangabeiras, Região Sul de Belo Horizonte.
O que começou como tarde dançante de dia ensolarado e aulas de lindy hop, a dança “crazy” dos anos 1920, terminou em clima de grande baile em noite enluarada, com a Happy Feet Big Band. O público, brindado com música de qualidade e com a superlua no céu – fenômeno que ocorre quando há Lua cheia 24 horas antes ou depois de o astro atingir o ponto mais próximo da Terra – aprovou o que viu e ouviu, lotando a praça. Uma festa que continua neste domingo, 30, a partir das 15h.
Integrante da Happy Feet Big Band e criador do I Love Jazz, Marcelo Costa fala sobre os destaques desta edição do evento: “Além do tributo ao músico norte-americano Frank Sinatra, que neste ano, em 12 de dezembro, completaria 100 anos, grandes astros foram homenageados na programação”. A carioca Taryn trouxe as músicas de Billie Holiday, enquanto os paulistas do grupo Benny Goodman Sextet Tribute homenagearam o astro Benny Goodman.
“O I love jazz, como é show em praça pública e de graça, está fazendo o público descobrir que o jazz não é música de elite como se pensava antigamente”, afirma Chon Tai Yeung, cantora da Happy Feet. “Muitos ainda conhecem pouco o estilo, vêm ver o festival e saem encantados com o que ouviram. O jazz é música de qualidade que chega a todo mundo, independente de classe, idade, gênero”, observa. Ela é de Brasília, vive em Belo Horizonte desde 1994, começou a estudar música em 2004 e, a partir de 2005, aceitou sugestão da professora para se dedicar ao gênero.
“Sempre foi característica do I Love Jazz a grande qualidade musical”, lembrou a turismóloga e clarinetista amadora Priscila Alexandrina Silva, de 30 anos. Ela chegou cedo para conseguir lugar perto do palco, o que, observa, é uma dica para curtir shows ou festivais de jazz.
“Como jazz é improvisação, ver de perto as performances dos artistas é essencial”, justificou. Fez sucesso a competição de lindy hop, novidade no evento, vencida, na categoria iniciante, pela psicóloga paulista Fernanda Dias e pelo professor de português Gilberto Goulart. Desde que pisou no palco a dupla ganhou o público e o júri.
“Eventos dedicados à cultura do jazz são raros em todo Brasil. Tanto que vim de São Paulo para participar”, observou Fernanda, elogiando a inclusão da dança na programação.
“É uma dança descontraída, alegre, boa de praticar e assistir”, contou Gilberto. Ambos afirma esperar que, a partir de agora, o concurso se torne parte da programação do I Love Jazz. Dançar os diversos gêneros de jazz, contam, não é tão difícil assim. Exige, para Fernanda, gostar do gênero e se divertir fazendo os passos. “No começo é puxado mas aos poucos vai ficando descontraído”, garante Gilberto.
O I Love Jazz é realizado na praça do Papa, no bairro Bandeirantes, e a entrada é franca. A programação de domingo (dia 23), prevê: aula de lindy hop, às 15h; Dixielloyds, às 16h; Paulistanea Swing Band, às 17h30; 3 For Swing; Mem'ory, às 20h30.