Três séries de obras integrarão o concerto: A Floresta do Amazonas, as Bachianas Brasileiras n. 4, 5 e os Choros n. 6 e 10. Duas telas gigantes vão envolver a orquestra, o coro e os solistas no palco, estabelecendo "um diálogo entre música e imagens em uma fusão de sentidos". O conteúdo audiovisual do espetáculo faz referencia "à diversidade dos brasileiros" e foi captado, editado e produzido especialmente pelos artistas do Fura dels Baus. A ideia é fazer o espetáculo viajar também pela América Latina e pela Europa em 2017. O custo total da parceria em 2016 será de R$ 5 milhões, bancados pelo ministério.
"Eu sempre quis fazer um grande espetáculo que apresentasse de uma maneira interessante e completa o maior nome da música brasileira, que é Villa-Lobos. Algo que não fosse apenas um concerto, mas que mostrasse ele como figura, como personalidade" disse o maestro John Neschling, diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo em encontro com a imprensa na manhã desta terça-feira, 25, na sede do Ministério da Cultura, em Brasília. "Para mim, a ideia da parceria é fundamental para o trabalho dos teatros brasileiros e, neste caso, soma-se a possibilidade de mostrar a quem estiver no Rio, durante as Olimpíadas, nosso compositor maior", disse João Guilherme Ripper, presidente da Fundação Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Para o ministro Juca Ferreira, o Ministério da Cultura está buscando recuperar uma "política permanente de responsabilização perante a música clássica brasileira". O envolvimento com Alma Brasileira é uma medida, acredita, nesse sentido. Mas, para o ministro, um outro atrativo do projeto para o ministério é apoiar uma iniciativa que prevê a cooperação entre as instituições. "Villa-Lobos está ligado à identidade e à diversidade brasileiras e precisamos celebrar a sua criação, mas também reconhecer o valor estratégico do espetáculo, que marca o momento em que instituições importantes resolveram sentar, conversar e trabalhar juntos."
Ferreira ressaltou ainda a presença do espetáculo na programação cultural das Olimpíadas. "Há uma percepção de que se subestimou a chance, na Copa do Mundo, de mostrar a diversidade da nossa produção cultural. Nesse sentido, foi um pedido da presidenta Dilma que o ministério participe do planejamento da programação das Olimpíadas, respeitando o que já foi pensado mas estimulando novas iniciativas."