A cantora Mariana Aydar nunca teve dúvida de que o palco é seu lugar preferido. Mas Pedaço duma asa, o disco fruto de sua parceria com o artista plástico Nuno Ramos, chegou para balançar algumas certezas. Inclusive essa. “Sempre odiei o estúdio. Nesse disco, comecei a amar. É muito estranho”, diz a cantora.
Pedaço duma asa nasceu como show. Em agosto do ano passado, a cantora foi convidada para o projeto Palavras cruzadas, do Sesc São Paulo. A partir daí surgiu a ideia de levar para o palco as composições do artista plástico. De um lote de 80 composições, ela escolheu as 12 que, produzidas por Duani, formam o terceiro álbum de sua carreira.
A turnê vai começar por Belo Horizonte. O show está marcado para 1º de outubro, no Teatro Bradesco. Desde a última sexta, o CD está disponível nas lojas, assim como em plataformas de streaming e no site www.pedacodumaasa.com.br.
Liberdade foi palavra de ordem ao longo do projeto. Pela primeira vez, Mariana gravou o álbum no estúdio que tem em casa. “Foi uma liberdade completa. Eu e o Duani (produtor) não mostramos o disco nem para o Nuno. Teve esse tempo de maturação”, conta.
Mariana conhece Nuno Ramos desde 2007, quando se encontraram no Festival de Artes da Serrinha, em Bragança Paulista. Naquela época, sabia, apenas, que era dele o fado Atrás dessa amizade, gravado por Rômulo Fróes no disco Cão (2006). Achou que Nuno fosse português.
A amizade tomou corpo. No disco Peixes pássaros pessoas (2009), a cantora registrou duas composições dele. Nuno, por sua vez, convidou-a para gravar Carcará para a instalação Bandeira branca, aquela dos urubus, que gerou polêmica na Bienal Internacional de Artes de São Paulo em 2010.
Apesar de ser presença no repertório do amigo Rômulo Fróes, ter dedicado ensaios a figuras como Paulinho da Viola e Nelson Cavaquinho, Ramos não imaginou que as investidas musicais iriam além disso. “Nunca pensei nessa coisa de ser compositor. Sempre tenho participado com muita alegria, mas, ao mesmo tempo, é espantoso”, diz. Cinema e teatro são outras expressões que ele também já experimentou.
Para a cantora, que começou em uma banda de forró – a Caruá – há uma mudança drástica no clima das canções. Em Pedaço duma asa, Mariana vive a fase do samba triste. “No fundo, eu também tenho essa carga emocional dramática da tristeza. Hoje em dia, parece que tudo tem que ser feliz. Vamos ser tristes um pouco. A tristeza tem sua beleza. Faz parte da vida”, comenta.
“Tem muita coisa ali. Baião que se mistura com estilo de Caetano (Veloso), Moreno +2. Também não acho que seja só a coisa do samba. Samba é uma palavra um pouco mítica. É como se coubesse tudo dentro dele”, diz Ramos.
Pedaço duma asa é um disco repleto de camadas e, sobretudo, muito feminino. Há nele contrastes que transbordam o resultado final. Se Nuno Ramos imprime em algumas canções a dor de perder a mãe, Mariana viveu no mesmo período as descobertas próprias do ato de se tornar mãe.
A voz de Mariana Aydar responde à demanda dramática de cada canção. Se faixas como Atrás dessa amizade, Samba triste e Saiba ficar quieto a cantora praticamente sussurra em arranjos minimalistas, a guitarra explode em Isso pode e Barulho feio, o baixo-elétrico marca a teatralidade de Pedaço duma asa.
“Usei a música como uso a poesia. Mas é como se fosse uma poesia sem revisão”, resume Ramos. A canção, para ele, ocupa lugar bem diferente da literatura ou das artes plásticas. É algo de criação mais impulsiva. “Muito mais autêntica e menos revisada. Acho que libero esse lado mais improvisado.”
Pedaço duma asa nasceu como show. Em agosto do ano passado, a cantora foi convidada para o projeto Palavras cruzadas, do Sesc São Paulo. A partir daí surgiu a ideia de levar para o palco as composições do artista plástico. De um lote de 80 composições, ela escolheu as 12 que, produzidas por Duani, formam o terceiro álbum de sua carreira.
A turnê vai começar por Belo Horizonte. O show está marcado para 1º de outubro, no Teatro Bradesco. Desde a última sexta, o CD está disponível nas lojas, assim como em plataformas de streaming e no site www.pedacodumaasa.com.br.
Liberdade foi palavra de ordem ao longo do projeto. Pela primeira vez, Mariana gravou o álbum no estúdio que tem em casa. “Foi uma liberdade completa. Eu e o Duani (produtor) não mostramos o disco nem para o Nuno. Teve esse tempo de maturação”, conta.
Mariana conhece Nuno Ramos desde 2007, quando se encontraram no Festival de Artes da Serrinha, em Bragança Paulista. Naquela época, sabia, apenas, que era dele o fado Atrás dessa amizade, gravado por Rômulo Fróes no disco Cão (2006). Achou que Nuno fosse português.
A amizade tomou corpo. No disco Peixes pássaros pessoas (2009), a cantora registrou duas composições dele. Nuno, por sua vez, convidou-a para gravar Carcará para a instalação Bandeira branca, aquela dos urubus, que gerou polêmica na Bienal Internacional de Artes de São Paulo em 2010.
Apesar de ser presença no repertório do amigo Rômulo Fróes, ter dedicado ensaios a figuras como Paulinho da Viola e Nelson Cavaquinho, Ramos não imaginou que as investidas musicais iriam além disso. “Nunca pensei nessa coisa de ser compositor. Sempre tenho participado com muita alegria, mas, ao mesmo tempo, é espantoso”, diz. Cinema e teatro são outras expressões que ele também já experimentou.
Para a cantora, que começou em uma banda de forró – a Caruá – há uma mudança drástica no clima das canções. Em Pedaço duma asa, Mariana vive a fase do samba triste. “No fundo, eu também tenho essa carga emocional dramática da tristeza. Hoje em dia, parece que tudo tem que ser feliz. Vamos ser tristes um pouco. A tristeza tem sua beleza. Faz parte da vida”, comenta.
“Tem muita coisa ali. Baião que se mistura com estilo de Caetano (Veloso), Moreno +2. Também não acho que seja só a coisa do samba. Samba é uma palavra um pouco mítica. É como se coubesse tudo dentro dele”, diz Ramos.
Pedaço duma asa é um disco repleto de camadas e, sobretudo, muito feminino. Há nele contrastes que transbordam o resultado final. Se Nuno Ramos imprime em algumas canções a dor de perder a mãe, Mariana viveu no mesmo período as descobertas próprias do ato de se tornar mãe.
A voz de Mariana Aydar responde à demanda dramática de cada canção. Se faixas como Atrás dessa amizade, Samba triste e Saiba ficar quieto a cantora praticamente sussurra em arranjos minimalistas, a guitarra explode em Isso pode e Barulho feio, o baixo-elétrico marca a teatralidade de Pedaço duma asa.
“Usei a música como uso a poesia. Mas é como se fosse uma poesia sem revisão”, resume Ramos. A canção, para ele, ocupa lugar bem diferente da literatura ou das artes plásticas. É algo de criação mais impulsiva. “Muito mais autêntica e menos revisada. Acho que libero esse lado mais improvisado.”