Com 25 anos de carreira e 18 discos gravados, Alexandre Pires optou por um álbum mais dançante. “A intenção era fazer um disco com a minha cara, em que pudesse mostrar algo mais autoral, mas sem perder esse gingado, esse balanço. Acho que esse disco é o mais suingado dos meus trabalhos, com samba, partido-alto, samba-rock”, avalia, admitindo que a veia latina aparece sutilmente em algumas faixas, mas vem à tona com uma versão do sucesso de Sidney Magal “meu sangue ferve por você”. “Sempre gostei muito do balanço do Magal. Eu já tinha feito algumas gravações dessa música com essa onda samba-rock e, agora, decidi gravar. Tinha tudo a ver com este disco.”
Entre pagodes românticos e sambas dançantes, chama a atenção o partido-alto 'Vamos fazer diferente', parceria com Marquinhos Mosqueira. “Essa música nasceu dentro do estúdio, quando já estávamos finalizando o disco. Meu parceiro estava lá, e começamos a falar sobre a recessão de água. O papo ficou sério e virou música. A intenção é tratar do tema de maneira leve.”
No novo disco, Alexandre Pires se inspira no samba-rock, mas vê as misturas musicais com cautela. “O que procuro fazer nos meus trabalhos é respeitar a pulsação e a identidade do samba”, diz. “Acho que samba é samba. Há formas diferentes de fazer, mas a batida é única. Então, não dá para misturar com outras coisas que não tenham parentesco com o ritmo, como o balanço do samba-rock de Bebeto e Jorge Ben.”
Dedicado ao gênero há 25 anos, Alexandre Pires também não acredita que o samba terá mudanças nos próximos anos. “No sertanejo, há muita mistura, mas no samba é preciso ver com cuidado essas fusões, que podem tirar a característica da música”, conclui.
SEXTA-FEIRA EM BH
Mal chegou ao fim a turnê comemorativa do Só pra Contrariar, que durou dois anos, e Alexandre Pires já emplacou dois projetos. Além da turnê Pecado original, que inclui sucessos do SPC e inéditas, ele recria cações de Cazuza, Paralamas do Sucesso, Ultraje a Rigor, Capital Inicial, Legião Urbana, Titãs e Lulu Santos. Em outra frente, ele se junta a Luiz Carlos e o grupo Raça Negra e inclusive o próximo show será em Belo Horizonte, na sexta-feira, às 22h, no Expominas (Av. Amazonas, 6.200, Gameleira), com apoio do Estado de Minas. A procura por ingressos é grande, e eles custam de R$ 50 a R$ 160, com mesas a R$ 500 e R$ 600. Informações: (31) 3281-2737 e www.blueticket.com.br.