O jazz americano foi de uma sabedoria incrível, na opinião de João Bosco, ao buscar elementos na África, no Caribe e no Brasil. “Tem algo de nós ali dentro”, diz o cantor, compositor e instrumentista, que faz hoje em BH seu primeiro show dedicado ao gênero. A apresentação, no Teatro Bradesco, tem ingressos esgotados.
Em 'João Bosco e o jazz', o músico mineiro responde por violão, voz e arranjos e é acompanhado por uma banda de profissionais brasileiros – Alexandre Carvalho (guitarra e arranjos), Ademir Jr. (sax e clarinete), José Arimatea (trompete e fliscorne), Rafael Rocha (trombone) e Jefferson Lescowich (baixo acústico) – e um americano radicado em BH, Jimmy Duchowny (bateria).
O cantor diz que o que mais lhe interessa no fraseado jazzista é o modo como a música se constrói. “Primeiro, vem o poder de síntese, de redução. Depois, o que amplia, já que, paralelamente, você pode contar com coros, improvisações”, diz ele, salientando que, no jazz, cada música tem o seu comentário, como se fosse um livro. João Bosco vê afinidade entre a metodologia ‘reduz-expande’ do jazz e a bossa nova. “Essa música (o jazz) exige certa organização interna para depois você enlouquecer com ela”, afirma.
Para o repertório da apresentação, ele selecionou composições próprias e o de Tom Jobim, João Gilberto, George Gershwin, Milton Nascimento, Miles Davis, Herbie Hancock, Wayne Shorter, Gonzalo Rubalcaba e Moacir Santos, o último descoberto por ele via Elis Regina. “Não sabia que ele cantava. Ao ouvi-lo, fiquei impressionado. Moacir canta como se fosse um instrumento de sopro”, diz a respeito do compositor, maestro e multi-instrumentista pernambucano.
João Bosco enxerga em seu DVD 'Obrigado, gente!', retrospectivo de seus 60 anos de idade e 30 de carreira, gravado ao vivo, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, o início de sua aproximação com o jazz. “Fiz leituras bem jazzísticas naquele momento de pensamento maduro sobre a minha obra.”
Agora, ele está envolvido com um novo projeto de inéditas, previsto para estar pronto no ano que vem. “Minha parte já está bem adiantada”, diz. Ele espera de seus letristas uma linguagem vigorosa e criativa. Entre eles deve estar seu filho Francisco Bosco, que hoje preside a Funarte, “à qual se dedica com ideal”, diz o pai.
O veterano parceiro Aldir Blanc já letrou o samba 'Duro na queda', além de trabalhar um segundo “muito divertido e alegre”, segundo João. Chico Buarque, “letrista de coisas pessoais”, segundo afirma, também está na relação dos parceiros que pretende envolver no trabalho.
Sobre o impasse da indústria da música diante da prevalência da distribuição digital e do desafio de encontrar novas formas de rentabilizar seu negócio, João Bosco diz: “É o que chamo de inevitável. A vida é dinâmica, ela caminha. As gerações surgem e vão transformando. No caso da música e do livro, independentemente do suporte, elas serão sempre a música e a literatura”.
Na opinião do músico, “feita de grandes escritores, com cultura e profunda sabedoria, a literatura sobreviverá sempre. Assim como a música, que também resistirá, no formato e na ferramenta que for”.
Em 'João Bosco e o jazz', o músico mineiro responde por violão, voz e arranjos e é acompanhado por uma banda de profissionais brasileiros – Alexandre Carvalho (guitarra e arranjos), Ademir Jr. (sax e clarinete), José Arimatea (trompete e fliscorne), Rafael Rocha (trombone) e Jefferson Lescowich (baixo acústico) – e um americano radicado em BH, Jimmy Duchowny (bateria).
O cantor diz que o que mais lhe interessa no fraseado jazzista é o modo como a música se constrói. “Primeiro, vem o poder de síntese, de redução. Depois, o que amplia, já que, paralelamente, você pode contar com coros, improvisações”, diz ele, salientando que, no jazz, cada música tem o seu comentário, como se fosse um livro. João Bosco vê afinidade entre a metodologia ‘reduz-expande’ do jazz e a bossa nova. “Essa música (o jazz) exige certa organização interna para depois você enlouquecer com ela”, afirma.
Para o repertório da apresentação, ele selecionou composições próprias e o de Tom Jobim, João Gilberto, George Gershwin, Milton Nascimento, Miles Davis, Herbie Hancock, Wayne Shorter, Gonzalo Rubalcaba e Moacir Santos, o último descoberto por ele via Elis Regina. “Não sabia que ele cantava. Ao ouvi-lo, fiquei impressionado. Moacir canta como se fosse um instrumento de sopro”, diz a respeito do compositor, maestro e multi-instrumentista pernambucano.
João Bosco enxerga em seu DVD 'Obrigado, gente!', retrospectivo de seus 60 anos de idade e 30 de carreira, gravado ao vivo, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, o início de sua aproximação com o jazz. “Fiz leituras bem jazzísticas naquele momento de pensamento maduro sobre a minha obra.”
Agora, ele está envolvido com um novo projeto de inéditas, previsto para estar pronto no ano que vem. “Minha parte já está bem adiantada”, diz. Ele espera de seus letristas uma linguagem vigorosa e criativa. Entre eles deve estar seu filho Francisco Bosco, que hoje preside a Funarte, “à qual se dedica com ideal”, diz o pai.
O veterano parceiro Aldir Blanc já letrou o samba 'Duro na queda', além de trabalhar um segundo “muito divertido e alegre”, segundo João. Chico Buarque, “letrista de coisas pessoais”, segundo afirma, também está na relação dos parceiros que pretende envolver no trabalho.
Sobre o impasse da indústria da música diante da prevalência da distribuição digital e do desafio de encontrar novas formas de rentabilizar seu negócio, João Bosco diz: “É o que chamo de inevitável. A vida é dinâmica, ela caminha. As gerações surgem e vão transformando. No caso da música e do livro, independentemente do suporte, elas serão sempre a música e a literatura”.
Na opinião do músico, “feita de grandes escritores, com cultura e profunda sabedoria, a literatura sobreviverá sempre. Assim como a música, que também resistirá, no formato e na ferramenta que for”.