A partir de 10 de julho, novos álbuns de música serão vendidos às sextas-feiras em todo o mundo. A ideia da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) é sincronizar as datas de lançamento. A entidade informa que chegou a um acordo com as gravadoras. A medida é relativa aos formatos CD, vinil, digital e streaming.
“O mesmo dia de lançamento mundial reflete melhor a realidade do setor”, afirmou Glen Barros, presidente da gravadora Concord Music Group, que conta com Paul McCartney e Paul Simon entre seus artistas. “Essa mudança traz muitos desafios e necessita de adaptação, mas será benéfica para os consumidores. A longo prazo, todos ganham”, disse o executivo em comunicado divulgado esta semana.
A medida entrará em vigor em 45 mercados, incluindo 11 países, como a Alemanha e Austrália, onde os novos discos saem à venda nas sextas-feiras. Nos Estados Unidos e no Canadá, os álbuns são lançados geralmente às terças-feiras e na França e no Reino Unido, na segunda-feira.
Representantes do setor estimam que a saída de produtos em dias diferentes estimula a pirataria neste momento em que a música está disponível on-line em escala globalizada. Defensores da sexta-feira argumentam que há mais consumidores ocasionais no início do fim de semana. No entanto, lojas de música independentes nos Estados Unidos insistem na terça-feira.
BRASIL A Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD) soltou nota informando que o país aderiu à campanha. Paulo Rosa, presidente da entidade, argumenta que não faz sentido a disparidade de datas em um mundo totalmente conectado. “Não se trata, entretanto, de uma regra rígida. Lançamentos podem vir a ocorrer em outros dias da semana”, ponderou Rosa.
JANELA Artistas se preocupam com a nova configuração do mercado. Ano passado, a cantora norte-americana Taylor Swift retirou todo o seu catálogo do serviço de streaming Spotify, buscando dar às lojas varejistas uma “janela” para comercializar seus trabalhos.
Em artigo publicado no Wall Street Journal, ela argumentou que pirataria, compartilhamento de arquivos e streaming reduziram drasticamente a remuneração de artistas. “Música é arte, e arte é importante e rara. Coisas raras e importantes são valiosas. Coisas valiosas devem ser pagas. É minha opinião que a música não deve ser gratuita”, afirmou a artista,