Fãs de Björk já contavam com uma semana recheada de novidades — vídeos inéditos, remixes oficiais e anúncios de shows — mas ganharam uma surpresa ainda maior nesta quarta-feira, 10, quando a cantora se dispôs a responder perguntas de internautas via Facebook. Na entrevista promovida pela página da revista Dazed and Confused, a islandesa revelou detalhes do trabalho de divulgação do álbum 'Vulnicura', além de assumir que ouve MC Brinquedo com frequência desde que foi apresentada ao som do funkeiro pelo produtor venezuelano Alejandro Ghersi, o Arca.
O apreço da estrela de fama internacional pela música do MC paulistano foi revelado ao mundo em maio, quando Björk foi DJ de uma festa em Nova York e tocou a versão "proibidão" do funk 'Sabe que dia é hoje'. O set ainda incluía uma faixa de Rihanna, que acabou levando elogio de Björk em resposta a um fã pela rede social. "Eu a adoro absolutamente", comentou a vencedora do prêmio de Melhor atriz em Cannes sobre a popstar de Barbados.
Confira o vídeo de 'Black lake', lançamento mais recente de Björk:
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A maior parte das perguntas de fãs caminharam naturalmente em direção ao nono álbum de inéditas da cantora, lançado em janeiro. Ela descreve 'Vulnicura' como um trabalho "frágil" e admite que 'Lionsong' e 'Mouth mantra' são as faixas do disco que mais gosta de interpretar no novo show. "É uma novidade para mim cantar acompanhada pelo Melodyne daquele jeito, ao vivo", explica, referindo-se a um software de edição de áudio usado nas performances recentes.
Assista 'Stonemilker', clipe transformado em experiência de 360°:
Outro destaque do disco, 'Black lake' se revela como o maior desafio de Björk sobre o palco. "Ela tem um ambiente próprio, rigoroso e severo, que você consegue visitar", descreve a cantora. "Essa canção é realmente um mistério para mim. Eu não diria que me divirto cantando ela, mas é sempre uma viagem."
Quase totalmente escrito após o término do casamento com o artista norte-americano Matthew Barney, o álbum apresenta a artista em seu momento mais confessional, com todas as faixas versando sobre rompimento e recuperação. Questionada sobre a possibilidade de ter encontrado a música mais próxima do que "ouve na própria cabeça", ela diz que as composições mais recentes deixaram-na próxima desse ápice. "Eu sinto que às vezes chego perto, mas isso muda o tempo todo. Então o que poderia ser uma boa maquete do seu interior em março, já não será necessariamente verdadeiro em junho".
Experimentação digital
Ainda no começo do ano, canções extraídas de 'Vulnicura' ganharam versões especiais em vídeo para a mostra dedicada a Björk no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA). Agora, a autora promete exibir as produções — que incluem recursos tecnológicos, como a visualização em 360° — de maneira itinerante.
"Queremos viajar com as novas canções tanto em um contexto de realidade virtual quanto explorando alguma forma real de 360°", ela adianta. A versão panorâmica do clipe de 'Stonemilker' esteve recentemente em São Paulo, durante evento no Museu da Imagem e do Som (MIS).