Mais do que se dizer integrante da Jovem Guarda, Eduardo Araújo se define como um roqueiro, acima de tudo. Aliás, o primeiro de Belo Horizonte e de Minas Gerais. “O rock’n’ roll embrionou a Jovem Guarda. Ali foi o começo de tudo. Pra falar a verdade, nem no programa deles fui, até porque tinha a minha própria atração, O bom, na TV Excelsior, ao lado da Sylvinha, que se tornaria minha esposa”, afirma. A cantora morreu de câncer aos 56 anos, em 2008.
O cantor e compositor conta que, quando se mudou de Joaíma para Belo Horizonte para estudar, fazia parte de uma juventude “muito alegre e transviada”. Nem pensava em ser artista, queria apenas curtir a vida, namorar e andar de lambreta. No entanto, ele sempre tocou violão e gostava de música – sobretudo de Luiz Gonzaga.
As coisas começaram a mudar quando ele participou do programa de rádio de Aldair Pinto. Eduardo tomou coragem e “fugiu” para o Rio de Janeiro, pois a família desaprovou os planos de ser artista. “Chegando lá, procurei a Rádio Mayrink Veiga e eles acharam curioso eu ser um roqueiro de Minas Gerais. Logo depois, fui contratado pela Philips e, com apenas 16 anos, lancei meu primeiro disco, O garoto do rock”, orgulha-se.
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Um dos pioneiros do rock nacional, Eduardo Araújo sempre foi um homem ligado ao campo, até porque nasceu em fazenda. “Sempre conciliei a carreira com esse meu lado de criador de cavalo. Já gravei discos de rock progressivo, psicodélico e soul music, produzido inclusive pelo Tim Maia. Pra não fugir do rock, passei a cantar country rock”, conta ele, que lançou cerca de 30 álbuns. O mais recente é Lado a lado, que traz 14 faixas inéditas e clássicos como Um violeiro toca (Almir Sater e Renato Teixeira), além de composições autorais.
Este ano, Eduardo Araújo vai lançar o DVD comemorativo de seus 50 anos de carreira, gravado ao vivo no Grande Teatro do Sesc Palladium, na capital mineira. Sérgio Reis, Renato Teixeira, Tadeu Franco, Landau e a dupla Victor e Leo participaram do projeto. Eduardo afirma que convidou pessoas que fizeram parte de sua história. “Fiz o show no lugar onde tudo começou. Antigamente, o Palladium era um cinema, cheguei a cantar e tocar lá. Foi um momento muito especial”, conclui.