'Non, je ne regrette rien', ou 'Não, não me arrependo de nada', cantou Maria Bethânia ao final do show 'Abraçar e Agradecer'. A canção, imortalizada na voz de Edith Piaf, não deixa de ser um encerramento apoteótico, ainda que falso, para o show que celebra os 50 anos de carreira da cantora baiana - ainda viriam 'Silêncio' e o 'bis', com a clássica 'O que é, o que é', de Gonzaguinha - mas é também um resumo da trajetória da artista.
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Bethânia não se arrepende mesmo das escolhas que fez. Tanto que, nesta turnê, desfila um repertório diverso, que passeia por várias fases de sua carreira . Além de privilegiar clássicos do irmão Caetano ('A tua presença morena', 'Motriz'), e do amigo Chico Buarque (Tatuagem', 'Rosa dos ventos'), ainda surpreende com interpretações inéditas: 'Voz de mágoa' e ' Viver na fazenda', ambas de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 'Silêncio', de Flávia Wenceslau e 'Eu te desejo amor', versão em português de Nelson Motta da canção 'Que reste-t-il de nos amours?'', do compositor francês Charles Trenet.
O palco, uma beleza à parte, surpreende à princípio pela simplicidade. Músicos destacados por luminárias, e Maria Bethânia deslizando descalça por uma espécie de rampa preta. É que só lá para a terceira música a tal rampa se revela, na verdade, um grande painel de led, no qual são projetadas belíssimas imagens, como um céu estrelado, o mar, rosas vermelhas, tudo de acordo com o que a artistas canta.
'Agradecer e Abraçar tem a direção de Bia Lessa, produção musical de Guto Graça Mello e roteiro da própria Bethânia. O show ainda tem sessão neste sábado, às 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes, mas os ingressos estão esgotados.
Confira o set list do show em BH:
ATO 1
1. Eterno em mim (Caetano Veloso, 1996)
2. Dona do dom (Chico César, 2001)
3. Gita (Raul Seixas e Paulo Coelho, 1974)
4. A tua presença morena (Caetano Veloso, 1971)
5. Nossos momentos (Caetano Veloso, 1982)
6. Começaria tudo outra vez (Gonzaguinha, 1976)
7. Voz de mágoa (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 2015)
8. Gostoso demais (Dominguinhos e Nando Cordel, 1986)
9. Bela mocidade (Donato Alves e Francisco Naiva, 1997)
10. Alegria (Arnaldo Antunes, 1995)
11. Você não sabe (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1983)
12. Dindi (Antonio Carlos Jobim e Aloysio de Oliveira, 1959)
13. Tatuagem (Chico Buarque e Ruy Guerra, 1973)
14. Meu amor é marinheiro (Alan Oulman sobre versos de Manuel Alegre, 1974)
15. Todos os lugares (Sueli Costa e Tite de Lemos, 1996)
16. Rosa dos ventos (Chico Buarque, 1971)
INTERLÚDIO (Instrumental banda)
17. Até o fim (Chico Buarque, 1978)
18. O quereres (Caetano Veloso, 1984)
19. Qui nem jiló (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1950)
20. Pisa na fulô (João do Vale, Silveira Júnior e Ernesto Pires, 1957)
ATO 2
21. Viramundo (Gilberto Gil e José Carlos Capinam, 1965)
22. Tudo de novo (Caetano Veloso, 1978)
23. Doce (Roque Ferreira, 2008)
24. Oração de Mãe Menininha (Dorival Caymmi, 1972)
25. Eu e água (Caetano Veloso, 1988)
26. Agradecer e abraçar (Gerônimo e Vevé Calazans, 1999)
27. Vento de lá (Roque Ferreira, 2007)
28. Folia de Reis (Roque Ferreira, 2014)
29.. Mãe Maria (Custódio Mesquita e David Nasser, 1943)
30. Eu, a viola e Deus (Rolando Boldrin, 1979)
31, Criação (Chico Lobo, 1996)
32. Casa de caboclo (Roque Ferreira e Paulo Dafilin, 2014)
33. Alguma voz (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 2014)
34. Maracanandé (canto tupi) - na voz em off de Márcia Siqueira
35. Xavante (Chico César, 2014)
36. Povos do Brasil (Leandro Fregonesi, 2014)
37. Motriz (Caetano Veloso, 1983)
38. Viver na fazenda (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, 2015)
39. Eu te desejo amor (Que reste-t-il de nos amours? - Charles Trenet e Léo Chauliac, 1942, em versão de Nelson Motta, 2015)
40. Non, je ne regrette rien (Charles Dumont e Michael Vaucaire, 1956)
41. Silêncio (Flávia Wenceslau, 2015)
42. Carcará (João do Vale e José Cândido, 1964) – apenas banda
43. O que é o que é (Gonzaguinha, 1982)