Diante de um público gigantesco do festival Coachella, eles deixaram de tocar o maior hit. Surpreendentemente, 'Hold on' não fez a falta que pareceria fazer. A apresentação em um dos maiores eventos de música evidenciou: o Alabama Shakes seguiu adiante e, com um segundo disco saindo do forno nesta terça-feira, 21, não se preocupa tanto em olhar para trás.
Ouça 'Future people', uma das faixas de 'Sound & color':
Uma voz rouca, porém poderosíssima, envelopada por um southern rock cristalino. Foi a receita do sucesso para colocar o Alabama Shakes nas listas de melhores do ano. O semanário musical britânico NME escancarou, logo na capa, o que todos estavam pensando: o quarteto é próxima grande banda do planeta.
Performances nos maiores festivais do mundo, discos de ouro recebido nos Estados Unidos e Reino Unido, elogios de Robert Plant, David Byrne, Alex Turner, Jamie Oliver, Adele, Russel Crowe, Bon Iver e Jack White. Brittany, por diversas vezes, foi comparada a grandes nomes do R&B, blues e gospel. Janis Joplin era a preferida dos críticos, mas muito disso se deve à pegada roqueira da banda e à devoção de Brittany às canções nos palcos.
O novo trabalho é a continuação deste caminho, na opinião da vocalista e guitarrista do grupo. “Foi um processo divertido gravar (Sound & Color)”, diz Brittany. O álbum foi registrado em Nashville e produzido pelo californiano Blake Mills. Ao longo do ano passado Brittany, Zac Cockrell (baixo), Heath Fogg (guitarra) e Steve Johnson (bateria) dividiram as gravações do disco em seis sessões de algumas semanas na capital do country - e cidade nova queridinha do rock.
'Hold on', de 2012, virou hit mundial da banda:
No estúdio, o som cresceu. Dois tecladistas e três cantores de backing vocals foram acrescentados para não deixar a poderosa voz de Brittany sozinha. “Nós tivemos a oportunidade de fazer aquilo que gostaríamos no estúdio”, relembra a cantora. “Aquele primeiro disco, era sobre quem nós éramos naquela época, as nossas vidas. Esse, é sobre quem somos hoje.”
Foram três anos intensos para o Alabama Shakes e o som mais preenchido foi criado para responder às necessidades da banda ao vivo. “Tudo fica maior, mais complexo”, diz Brittany, ao lembrar da apresentação no festival Coachella. “Tocamos de maneira intensa, estávamos nervosos e tudo agora é mais complicado.”
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Hold On, o primeiro single e responsável por direcionar os ouvidos do mundo para o som do Shakes, não condiz mais com a Brittany de hoje. Versos como “não acharia que chegaria aos 22 anos de idade” ficaram ultrapassados. Hoje, ela ainda canta sobre experiências, mas passeia por temas como amor e solidão. “Amo todas as nossas canções. Acho legal como as pessoas não exigiram Hold On, ou coisa assim”, diz ela, sobre o hit executado uma vez em 14 shows realizados em 2015. “A banda continua seguindo em frente. Temos um material para tocar e estamos animados com ele. Não me recuso a tocar a música, mas não sou uma jukebox.”