SEPULTURA 30 ANOS: Relembre a trajetória do grupo de rock brasileiro que fez fama mundial

Primeira apresentação da banda foi no dia 4 de dezembro de 1984, no Bairro Prado, em Belo Horizonte

por Diário de Pernambuco 06/12/2014 11:35

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Foto: Melissa Castro/Divulgação
No dia 4 de dezembro o heavy metal celebra o Sepultura (foto: Foto: Melissa Castro/Divulgação)
Poucas são as bandas que influenciaram tantos gêneros musicais quanto o Sepultura. Ao longo de 30 anos, completados nesta quinta-feira (4), os metaleiros de Minas Gerais tiveram como marca a vanguarda na música pesada internacional. Thrash, death, black, groove e nu metal, hardcore e metalcore. A lista é grande. Mas não foi fácil. Primeiro, a batalha para sair do underground mineiro e ser visto no eixo Rio-São Paulo. E, antes do reconhecimento no próprio país, veio a conquista do mundo, a partir de turnês épicas na Europa e América do Norte já no fim da década de 1980. No transcorrer das últimas três décadas que marcam a passagem da carreira, a cada nova geração de headbangers, o Sepultura se constituiu como referência.


Dezembro é um mês de celebrações. Na Roma Antiga se festejavam as Saturninas; os povos Celtas (dominados pelos romanos) tinham uma festa para o nascimento do Sol. Os cristãos comemoram o nascimento do Filho de Deus, o Natal. O heavy metal celebra o Sepultura. No dia 4 de dezembro de 1984, um grupo de adolescentes mineiros se apresentou pela primeira vez sob a denominação de Sepultura. Formado pelos irmãos Cavalera, os moleques queriam se divertir com a música. E desde aquela despretensiosa apresentação, em Belo Horizonte, 30 meses de dezembro já se passaram.


Dos tempos mais inóspitos, de trabalhos ríspidos e crus como Bestial devastation (1985) e Morbid visions (1986), passando pela chegada de Andreas Kisser, no lugar de Jairo Guedes, e evolução técnica representada através do LP Schizophrenia (1987), até estourar, definitivamente, nas paradas internacionais. Primeiro, com o Beneath the remains, de 1989, e a inesquecível digressão com o grupo alemão Sodom pela Europa, um divisor de águas. Depois, os discos de ouro que se sucederam com Arise (1991), Chaos AD (1993) e, em 1996, a “reinvenção da roda”, nas palavras do Los Angeles Times, o experimental e visceral Roots.


Foto: Sepultura/Divulgação
Estreia do grupo foi com o EP "Bestial Devastation", lançado pela Cogumelo Records, em 1985. (foto: Foto: Sepultura/Divulgação)
O mês de dezembro deixou marcas indeléveis na banda. No ano de 1996, um trauma. O maior abalo que o grupo sofreu. O vocalista Max Cavalera deixou o Sepultura. Os caras não desistiram. O norte-americano Derrick Green se integrou aos brasileiros com a missão de continuar a carregar o peso do som aos quatro cantos do mundo. Derrick trouxe, também, a versatilidade da amplitude vocal dele. Com o Fumaça, o grupo seguiu adiante: Against (1998), Nation (2001), Roorback (2003) e Dante XXI (2006).


Em 2006, quando o Dante XXI contava em versão moderna, soturna e pesada a Divina Comédia de Dante Alighieri, Igor Cavalera, irmão de Max e co-fundador do Sepultura, também deixou a banda. Eles resistiram. Jean Dolabella assumiu as baquetas, A-Lex (2009) e Kairos (2011) fizeram ecoar o nome do Sepultura por todos os continentes.


Foto: Nuclear Blast/Divulgação
Mais recente disco "The mediator between head and hands must be the heart", lançado em 2013. (foto: Foto: Nuclear Blast/Divulgação)
Jean não suportou o desgaste de uma banda que passa a maior parte do tempo fora do país, sempre em turnês. A distância de casa fez com que o baterista pedisse para sair, no fim de 2011. Em seu lugar, entrou o prodígio de nome Eloy Casagrande - que sequer tinha dois meses de idade quando o álbum Arise foi lançado em 1991. A chegada do garoto deu um novo gás ao Sepultura, que partiu para a estrada, levando na bagagem o peso da história e de sua música.


Em 2013, o disco The mediator between head and hands must be the heart, ou simplesmente The Mediator, surge com a responsabilidade de ser o álbum de estúdio que traz a banda ao seu 30º aniversário. Um petardo, que varia canções rápidas, agressivas e brutais com outras em que o peso do groove forma um verdadeiro paredão sonoro. Um trabalho que mostra como o Sepultura segue firme e forte. Resistindo à implacável passagem do tempo.


A chama do Sepultura segue a se propagar. Ao mesmo tempo em que celebra o marco de 30 anos, a banda já pensa adiante. Um ciclo que se encerra é um novo tempo que se inicia. O 31º ano de carreira apenas começa.



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