Quem pensa que a artista, deficiente visual desde que nasceu, parou de cantar, está muito enganado. Os shows podem até ter se reduzido ao longo dos anos, mas não cessaram. “É claro que quando você está fora da mídia, o movimento cai. Mas isso não significa que você está afastada de tudo. Nunca deixei de subir no palco e me apresentar. Rodo o país todo. E é interessante como tem gente de todas as gerações que vai me ver. Continuei com várias atividades, e tocando a minha vida pra frente”, assegura.
Mas, de um tempo pra cá, Kátia Garcia Oliveira está de volta aos holofotes, principalmente depois das reprises de programas como 'O cassino do Chacrinha' e 'Globo de Ouro', no Viva. Aliás, o canal de TV paga está apresentando 10 novas edições do Globo de Ouro comandadas por Juliana Paes e Márcio Garcia. Kátia está entre os convidados da atração, além de Adriana, Angélica, Dalto, Benito di Paula, João Penca e seus Miquinhos Amestrados e muitos outros. “Foi bem bacana participar. Depois dessa exposição toda tenho recebido muitos convites. Entretanto, a gente tem que fazer uma triagem”, pontua.
Aos 4 anos, a artista já trilhava seus primeiros passos e a família percebeu seu interesse pela música. Tanto é que logo ganhou do avô um piano. “Toco de tudo um pouco. Violão, bateria”, enumera. Foi por intermédio do pai, Waldir Cunha, que ela conheceu seu padrinho musical, Roberto Carlos. “Eles eram amigos de juventude, dos tempos do rock. Logo que o Roberto veio para o Rio, papai ficou amigo da turma toda. Dele, do Erasmo e do Tim Maia. Eu e minha família temos uma ligação muito forte com o Roberto até hoje. Ele foi e é uma pessoa fundamental na minha vida e na minha trajetória artística”, frisa a cantora e compositora, que chegou a emplacar músicas em várias novelas, como 'O amor é nosso' e 'Araponga', da Globo, e 'O todo-poderoso', na Bandeirantes.
Tanto é que o Rei a presenteou com aquele que seria um dos maiores sucessos de 'Kátia, Lembranças' (“Eu já nem me lembro/ Quanto tempo faz/ Mas eu não me esqueço/ Que te amei demais”), feita em parceria com Erasmo Carlos. A composição ultrapassou a marca de 1 milhão de cópias vendidas, cifra difícil para a época, além de permanecer durante seis meses em primeiro lugar em todas as rádios do país.
Novas mídias Adepta das novas tecnologias, Kátia utiliza um programa que transforma em áudio tudo o que está no computador, o que facilita sua comunicação com amigos, familiares e sobretudo fãs. “A gente tem que se adequar às novas mídias. Se antes era apenas o rádio e a televisão, hoje tem Facebook, Twitter. Se tivesse mais tempo, até utilizava mais”, declara a artista, que também se dedica a projetos voltados para deficientes visuais.
Aliás, Kátia pensa um dia lançar sua biografia – só não sabe se escrita por ela própria ou por alguém próximo –, que poderia servir de exemplo para muita gente como ela. “Minha história ia ajudar e inspirar muitas pessoas, sobretudo os deficientes visuais. Mas é preciso ter tempo para isso. Por enquanto, minha rotina está bem atribulada”, explica.
Apesar de a música ter permeado sua vida desde garota, Kátia chegou a pensar em ser psicóloga na juventude. “O artista não deixa de ser um psicólogo também, porque a música é um alimento para a alma”, reflete.
Não está sendo fácil
O maior sucesso de Kátia, 'Qualquer jeito', é versão da música 'It should have been easy', do compositor norte-americano Bob McDill, feita pela dupla Roberto Carlos e Erasmo Carlos. O hit estourou nas rádios de todo o Brasil em 1987 e até hoje é associado à cantora. Foi a canção escolhida por ela para se apresentar no programa Globo de Ouro, que está sendo resgatado pelo Canal Viva, na TV paga.
Assista ao clipe da cantora Kátia cantando 'Qualquer jeito':