Trio com sotaque roqueiro
Com a Banda do Mar, Mallu e Camelo agora têm o seu próprio grupo. Um trio, na verdade, formado em Lisboa, local do exílio voluntário dos dois há pouco mais de um ano. Foi na capital portuguesa que eles encontraram o terceiro integrante da banda: o baterista Fred Ferreira. E foi lá também que compuseram a maior parte do repertório de 12 canções do álbum, lançado no fim de agosto. Os novos ares e o encontro com Fred fizeram da Banda do Mar um trio com sotaque roqueiro, em que a guitarra colore canções descompromissadas com forte apelo pop. É música para dançar – 'Hey Nana', 'Muitos chocolates', 'Mais ninguém' – e também para cantar junto – 'Faz tempo' e 'Vamo embora', ambas com eco de Los Hermanos.
“De vez em quando, tocamos uma ou outra coisa do Los Hermanos”, diz ele. Sobre a coincidência das datas com o show de Amarante, Camelo comenta: “Temos nos desencontrado muito, é raro isso acontecer.” A Banda do Mar fica no Brasil somente até o Natal. Depois, o trio retorna para Lisboa, onde ainda não se apresentou. Mas já nos primeiros meses de 2015 retornam ao Brasil para nova temporada de show.
BANDA DO MAR
Show neste sábado, às 22h, no Music Hall, Avenida do Contorno, 3.239, Santa Efigênia. Ingressos esgotados.
Uma banda baseada na catarse
Camelo vive em Lisboa e Amarante, em Los Angeles. Enquanto o primeiro dos Hermanos, assim que se viu fora da banda incursionou pela carreira solo, Amarante integrou dois projetos para lá de coletivos. O combo carioca Orquestra Imperial e a banda Little Joy, de curta existência, mas com carreira bem sucedida. Uma vez sozinho, Amarante deu vazão a uma porção bem minimalista. Misturando canções em português, inglês e francês, 'Cavalo', seu primeiro álbum, foi para um lado bem diferente do que o que se esperava dele.
No ano passado, Amarante apresentou o novo trabalho ao Brasil. Neste ano, fez extensa incursão, com banda gringa, pelos EUA e Europa, só retornando agora ao país. Tanto que seus colegas de Orquestra Imperial, outra atração do BH Music Station, se dizem saudosos do “Ruivo”. “Todo o mundo está com saudade dele. E é bom a gente se encontrar em BH, um lugar que sempre gostamos de tocar, quase uma segunda casa para a Orquestra”, afirma Domenico Lancellotti.
Combo nascido de forma despretensiosa para animar as noites cariocas, cresceu, gerou discos e tornou-se um projeto paralelo de vários músicos. Além de Amarante e Domenico, integram o grupo Kassin, Moreno Veloso (que estará na cidade fazendo shows sábado e domingo com Jussara Silveira no CCBB), Thalma de Freitas, Nina Becker, Pedro Sá e mais uma pá de gente. Nem todos eles vão participar do show de amanhã.
“A Orquestra é uma incógnita. Fico sabendo das coisas quando chego no lugar. Mas posso dizer que vai ser um show clássico, com muita esculhambação, já que ninguém ensaia”, entrega Domenico. Ele acredita que como o combo encerra a noite, subindo ao palco após a apresentação de Amarante, ele deve fazer alguma coisa junto com a Orquestra. “É uma banda baseada na catarse”, acrescenta ele, que como está integrando a banda de Gilberto Gil, há uns bons meses não bate cartão no combo carioca. “Mas como são muitos músicos, não tem problema porque um pega a função do outro.”
A Oficina, que vai receber dois palcos, é um lugar para manutenção dos trens que foi utilizada na primeira edição do Music Station, no final da década de 1990. “É um lugar gigantesco, coberto caso chova e ainda tem locomotivas antigas”, acrescenta a produtora. Com a mudança, o evento –neste ano, por causa do patrocínio menor, ele ficou restrito a somente uma noite, ao invés das três costumeiras – sofreu outras modificações.
No trajeto até a Oficina, os 16 vagões vão oferecer atrações musicais em todas as viagens. São bandas e músicos de BH, alguns nomes bem interessantes da cena indie (veja no destaque). E chegando ao destino final, além de Amarante e Orquestra Imperial, haverá também show com Geleia Geral, projeto de integrantes da banda Iconili e do DJ Luiz Valente que reúne música, audiovisual, dança e moda. Na sequência, haverá apresentação de Mustache e os Apaches, grupo formado por quatro gaúchos e um mineiro que toca folk e bluegrass. Seu início foi em 2011, nas ruas de São Paulo.
Metrô musical
Estação Central
23h30: Mauro Lauro Paulo e O Lendário Chucrobillyman - Estação Oficina
0h20: Mustache e os Apaches (palco secundário)
1h30: Rodrigo Amarante (palco principal)
2h40: Geleia Geral (palco secundário)
3h10: Orquestra Imperial (palco principal)
Nos vagões
. Brascubazz –Latin jazz que mistura cha cha cha e guajira com choro, baião, maracatu e afoxé
. Briga de Galo – Quarteto de samba
. Madame Rrose Sélavy –Banda experimental que mistura frevo, bossa e punk
. Minimalista – Projeto solo de música brasileira de Thales Silva, integrante da banda A Fase Rosa
. Barulhista – Música experimental
. Peluqueria – Trio instrumental que toca música de diferentes origens, como a cigana e a indiana
. Pequeno Céu –Indie-rock que fica a cargo do músico Manuel Horta
. Sara Não Tem Nome – Cantora e compositora
. Tempo Plástico – Banda de rock com influências de stoner e grunge
. Yellowtones –Quarteto instrumental com repertório dançante
. Iconili – Banda instrumental de 12 integrantes que mistura vários gêneros
. O Melda –Projeto solo de Claudão Pilha, que toca guitarra e usa um capacete percussivo
BH MUSIC STATION
Sábado, a partir das 23h30, com entrada pela estação Central, Praça da Estação, Centro. Os shows começam à 0h15. Ingressos: 1º lote – R$ 100 e R$ 50 (meia); 2º lote – R$ 120 e R$ 60 (meia). Informações: (31) 4003-1212.