“As fases da carreira do Paul são muito definidas pela vida pessoal. Embora tenha se resguardado muito, esses momentos foram mais calcados nos bastidores do que na música em si”, observa o pesquisador Marcelo Fróes, que produziu várias coletâneas de artistas brasileiros interpretando canções dos Beatles.
As sutis renovações artísticas do astro, segundo Fróes, resultaram também na renovação do público. Por isso, é possível ver pessoas de todas as gerações nos estádios lotados onde o ex-beatle se apresenta. Marcelo Fróes sabe bem, já que foi a todos os 15 shows que Paul fez no Brasil desde 1990. Este ano, serão mais cinco concertos.
As fases de Paul
O Beatle (1963-1969)
Paul tinha 20 e poucos anos e mostrava-se um jovem risonho e divertido. Ao lado do parceiro John Lennon, formava uma dupla imbatível e emplacava canções que marcariam definitivamente a primeira fase dos Beatles. Os hits 'All my loving', 'Eight days a week' e 'And I love her', que estarão nos shows, são dessa época.
Líder dos Wings (1970-1980)
Em 1970 e 1971, lançou dois discos solo que apontavam para um novo caminho. Desses trabalhos, 'Maybe I’m amazed' (feita para a então esposa) costuma aparecer sempre quando Paul pisa no palco, geralmente a piano.
Astro recluso (1981-1987)
Os Wings acabaram e Paul passou quase a década toda sem pisar nos palcos. Contudo, continuou a produzir intensamente em estúdio e gerou alguns hits, como 'Ebony and ivory', parceria com Stevie Wonder, e 'Say say say', em dueto com Michael Jackson, que não serão cantadas no Brasil.
Pé na estrada (1989-2011)
Após vários anos, Paul voltou a montar uma banda (sem nome próprio, desta vez) e adentrou o esquema dos grandes concertos mundo afora. Foi nessa época que ele veio ao Brasil pela primeira vez, em 1990, para dois shows memoráveis no Rio de Janeiro, na 'The Paul McCartney world tour'.