Com seu típico jeito sossegado de falar, o cantor e compositor fluminense Martinho da Vila diz que não se lembra de uns três ou quatro sambas-enredo que fez na época em que colaborava com a extinta escola de samba carioca Aprendizes Boca do Mato, nos anos 1960, que marcou sua entrada nesse universo. Foi exercitando a memória e ajudado pelos filhos e amigos que o artista resgatou das profundezas os 16 sambas que compõem o DVD 'Enredo', que acaba de ser lançado e complementa o disco homônimo, também deste ano.
A família realmente compareceu em peso. Também para os microfones foram chamados mais cinco filhos de Martinho: Mart’nália, Analimar, Martinho Tonho, Juju Ferreirah e Tunico da Vila, sendo que os três primeiros, integrantes do trio Trinca Própria, não cantavam juntos há bastante tempo. Ele também cantou com Maíra (em 'Raízes'), que teve a oportunidade de criar dois arranjos para o pai.
“O pessoal gosta de estar junto. Somos todos muito colados e estamos sempre participando uns dos trabalhos dos outros. Mart’nália vai lançar disco agora e me pediu ajuda na produção, acabei tocando também. Eu e Maíra já fizemos muitos shows. Não gravei no disco dela, mas ainda vai dar liga”, conta o artista.
ANDAMENTO Alcione e Beth Carvalho completam o time de participações especiais do DVD, que conta também com sambas-enredo que Martinho fez para a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, a exemplo de 'Noel – A presença do poeta na vila', 'Carnaval de ilusões/ Gbalá, viagem ao tempo da criação' e 'Pra tudo se acabar na quarta-feira'. A parte final do trabalho, intitulada 'Cortado na quadra', tem composições como 'Prece ao Sol/ Iemanjá, desperta!' e 'Trabalhadores do Brasil'.
Entre as preocupações de Martinho para a gravação do DVD esteve o andamento dos sambas-enredo. “Hoje está tudo muito rápido na vida. Todo mundo fazendo tudo ao mesmo tempo. A música que está mais na mídia popular é acelerada, para pular, levantar a mão. Os sambas-enredos também. Alguns compositores escrevem as palavras muito atropeladas, forçando a aceleração do ritmo. Não há necessidade de um samba-enredo ser assim. Ele pode ser alegre, sério, reflexivo, mas não precisa ser tudo corrido”.
“Todo compositor tem coisas perdidas, não dá para lembrar de tudo. Eu tenho, mas não são tantas. Algumas músicas que gravei e não cantei tanto, acabei me esquecendo. Os sambas-enredo são sempre lembrados, mas os da Boca do Mato são os mais difíceis, pois vêm lá de trás. É uma coisa difícil. As pessoas morreram, saíram daquele lugar. É coisa para pesquisador, um trabalho muito cansativo”, conta Martinho. Exatamente de lá pinçou três: 'Carlos Gomes', 'Tamandaré/ Rui Barbosa' e 'Machado de Assis'.
A família realmente compareceu em peso. Também para os microfones foram chamados mais cinco filhos de Martinho: Mart’nália, Analimar, Martinho Tonho, Juju Ferreirah e Tunico da Vila, sendo que os três primeiros, integrantes do trio Trinca Própria, não cantavam juntos há bastante tempo. Ele também cantou com Maíra (em 'Raízes'), que teve a oportunidade de criar dois arranjos para o pai.
“O pessoal gosta de estar junto. Somos todos muito colados e estamos sempre participando uns dos trabalhos dos outros. Mart’nália vai lançar disco agora e me pediu ajuda na produção, acabei tocando também. Eu e Maíra já fizemos muitos shows. Não gravei no disco dela, mas ainda vai dar liga”, conta o artista.
ANDAMENTO Alcione e Beth Carvalho completam o time de participações especiais do DVD, que conta também com sambas-enredo que Martinho fez para a Escola de Samba Unidos de Vila Isabel, a exemplo de 'Noel – A presença do poeta na vila', 'Carnaval de ilusões/ Gbalá, viagem ao tempo da criação' e 'Pra tudo se acabar na quarta-feira'. A parte final do trabalho, intitulada 'Cortado na quadra', tem composições como 'Prece ao Sol/ Iemanjá, desperta!' e 'Trabalhadores do Brasil'.
Entre as preocupações de Martinho para a gravação do DVD esteve o andamento dos sambas-enredo. “Hoje está tudo muito rápido na vida. Todo mundo fazendo tudo ao mesmo tempo. A música que está mais na mídia popular é acelerada, para pular, levantar a mão. Os sambas-enredos também. Alguns compositores escrevem as palavras muito atropeladas, forçando a aceleração do ritmo. Não há necessidade de um samba-enredo ser assim. Ele pode ser alegre, sério, reflexivo, mas não precisa ser tudo corrido”.