À espera de recursos para investir em projeto que unirá música, filosofia, literatura e história, Zizi Possi traz de volta a Belo Horizonte, em apresentação única nesta sexta-feira, 24, no Cine Theatro Brasil Vallourec, o show Tudo se transformou. Produto do espetáculo homônimo que a cantora gravou ao vivo há dois anos, no Tom Jazz de São Paulo, Tudo se transformou reúne repertório de clássicos, que, na interpretação particularíssima de Zizi, ganham novo sentido.
Dois anos depois, ela admite que o show está bem mais fluido e brilhante, com direito inclusive a algumas variações de repertório. Desta vez, por exemplo, anuncia a inclusão de 'Juízo final', de Nelson Cavaquinho, na apresentação.
No mais, estão lá 'Disparada', de Geraldo Vandré e Theo de Barros; 'Contrato de separação', de Dominguinhos e Anastácia; 'Explode coração', de Gonzaguinha; 'Morena dos olhos d’água', de Chico Buarque; 'Meu mundo e nada mais', de Guilherme Arantes, e 'Porta estandarte', de Fernando Lona e Geraldo Vandré; e 'Filho de Santa Maria', de Paulo Leminski. Única canção inédita do trabalho, 'No vento', da gaúcha Necka Ayala, junta-se a novidades da filha Luiza Possi ('Cacos de amor', com Dudu Falcão) e de Arnaldo Antunes ('Sem você', com Carlinhos Brown).
Jether Grotti Jr. (piano, tamborim, clarinete, vozes, regência), Rogério Delayon (violão e cordas) e Guello (percussão e bateria) integram a banda que excursiona com a artista.
Atendendo ao que classifica de chamado da alma, Zizi anuncia que vai investir em um projeto que, além da música, vai explorar filosofia, literatura e história. Enquanto aguarda recursos para levar a ideia à frente, ela pensa em autor e diretor. “Vou fazendo perguntas e me respondendo”, filosofa a cantora. Se não puder ser com o irmão José Possi, diante dos compromissos já assumidos por ele, ela quer trabalhar com alguém tão sensível quanto ele, na direção.
Intuição
Praticamente inédito na voz de Zizi Possi (anteriormente, ela cantou 'Sinal fechado' dele e gravou com ele 'Só o tempo'), Paulinho da Viola é autor de universo muito particular de canções, na opinião dela. “Ele é bom demais”, derrete-se Zizi, cujo processo de maturação para a interpretação de uma canção está intimamente ligado à inspiração.
“'Disparada', de Vandré e Theo de Barros, por exemplo, veio de uma única vez em que a cantei na garupa da moto de meu ex-marido. Já 'Meu erro', de Herbert Vianna, e 'Corsário', de João Bosco e Aldir Blanc, dependeram de mais tempo”, compara, chamando a atenção para o processo intuitivo. No caso de 'Tudo se transformou', Zizi salienta que a inspiração foi essencial. “Na hora de cantar e gravar, pude ver que ela tem uma eternidade muito verdadeira”.
TUDO SE TRANSFORMOU
Show de Zizi Possi e banda nesta sexta-feira, 24 de outubro, às 21h. Cine Theatro Brasil, Praça Sete, s/nº, Centro. Ingressos: R$ 120 (inteira) e R$ 60 (meia-entrada). Informações: (31) 3201-5211.