O cantor e compositor baiano Lucas Santtana acha o termo eletrônico “perigoso”: “O violão do João Gilberto é microfonado. O som entra pelo microfone e vai por um fio até uma máquina chamada amplificador e para outra chamada compressor. Depois, entra no computador e na mixagem mexem um pouco nas frequências. Então, entra em outra máquina e é masterizado. Será que João Gilberto é eletrônico?”. Sem medo de usar as “máquinas”, fez o sexto álbum, Sobre noites e dias, que acaba de lançar.
Ele conta que o novo disco foi concebido durante a última turnê pela Europa, em julho do ano passado. “Encontrei uma sonoridade particular no formato de trio que fazíamos fora do Brasil e que, agora, fazemos aqui também. Como somos só eu, Bruno Buarque e Caetano Malta tendo que dar conta de uma paleta extensa de sons, acabamos usando muitas máquinas neste show. Nosso interesse sempre foi tocar as máquinas para que o som, apesar de ser ‘sintético’, soasse orgânico”, define.
Entretanto, para gravar as 10 faixas, escritas apenas por ele ou com parceiros, chamou vários músicos para o estúdio, caso de Bi Ribeiro (baixo), da mineira Juliana Perdigão (clarone), de Thiago França (saxofone tenor), Letieres Leite (arranjo de sopros e regência), Kiko Dinucci (guitarra) e Rica Amabis (pianos). A diversidade sonora do trabalho aparece já na faixa de abertura, a boa Human time, cantada em inglês e francês com banda e quarteto de cordas se entendendo perfeitamente ao fundo.
“Adoro tecnologia, para usar termo mais amplo. Papel higiênico é tecnologia, contribuiu muito para o bem-estar da humanidade. Cadarço de sapato também. Falando de música, adoro máquinas que produzem som. Gosto de usá-las como instrumentos musicais. Uma guitarra, um cavaco também são máquinas, né? E usaram-nas de várias maneiras diferentes, artisticamente falando. Então eu diria que gosto de usar máquinas que produzem sons da minha maneira e em parceria com meus companheiros”, resume.
Mesclando de forma competente as tecnologias musicais “antigas” e “novas”, Santtana dá prosseguimento ao repertório com canções interessantes como Funk dos bromânticos, Let the night get high, Montanha russa sentimental, Partículas de amor e Blind date. A produção do trabalho é assinada por Santtana, que divide essa tarefa com Bruno Buarque em Diário de uma bicicleta e deixa a cargo de Rica Amabis em Velhinho.
Crônica
A maior parte das letras foi escrita em português, mas inglês, espanhol e francês também estão presentes. O artista explica: “É decorrência de ter ampliado meu público pelo mundo. Fiz quatro turnês internacionais nos três últimos anos, rodamos bastante. Mas também é uma maneira de brincar com a possibilidade poética e sonora que outras línguas dão. Sobre as temáticas, reunidas formam uma espécie de crônica dos dias atuais.”
“As motivações foram e são as mais diversas. A relação homem/máquina, a liberdade sexual, o uso dos novos celulares e como isso afeta as relações amorosas, as novas descobertas da ciência, o amor, o futebol, o cinema, a passagem do tempo”, conta ele. Entretanto, o que mais o tem inquietado é a postura do brasileiro depois da temporada de protestos do ano passado. “Espero que a população acorde novamente, desta vez mais pragmática e focada, para que o que ocorreu possa acontecer muitas outras vezes, só que agora com mais pressão popular para resolver as questões.”
Saiba mais
A mil
Paralelamente à divulgação do novo disco, Lucas Santtana lançará, até o fim do ano, um EP digital com versões de Raul Seixas; e dará prosseguimento a projeto com o grupo Metá Metá. Além disso, está fazendo duas trilhas para o cinema, para um longa e para um documentário. Em novembro, ele embarca para Londres, Paris, Amsterdã, Roma, Bruxelas, Milão, Luxemburgo.
Ele conta que o novo disco foi concebido durante a última turnê pela Europa, em julho do ano passado. “Encontrei uma sonoridade particular no formato de trio que fazíamos fora do Brasil e que, agora, fazemos aqui também. Como somos só eu, Bruno Buarque e Caetano Malta tendo que dar conta de uma paleta extensa de sons, acabamos usando muitas máquinas neste show. Nosso interesse sempre foi tocar as máquinas para que o som, apesar de ser ‘sintético’, soasse orgânico”, define.
Entretanto, para gravar as 10 faixas, escritas apenas por ele ou com parceiros, chamou vários músicos para o estúdio, caso de Bi Ribeiro (baixo), da mineira Juliana Perdigão (clarone), de Thiago França (saxofone tenor), Letieres Leite (arranjo de sopros e regência), Kiko Dinucci (guitarra) e Rica Amabis (pianos). A diversidade sonora do trabalho aparece já na faixa de abertura, a boa Human time, cantada em inglês e francês com banda e quarteto de cordas se entendendo perfeitamente ao fundo.
“Adoro tecnologia, para usar termo mais amplo. Papel higiênico é tecnologia, contribuiu muito para o bem-estar da humanidade. Cadarço de sapato também. Falando de música, adoro máquinas que produzem som. Gosto de usá-las como instrumentos musicais. Uma guitarra, um cavaco também são máquinas, né? E usaram-nas de várias maneiras diferentes, artisticamente falando. Então eu diria que gosto de usar máquinas que produzem sons da minha maneira e em parceria com meus companheiros”, resume.
Mesclando de forma competente as tecnologias musicais “antigas” e “novas”, Santtana dá prosseguimento ao repertório com canções interessantes como Funk dos bromânticos, Let the night get high, Montanha russa sentimental, Partículas de amor e Blind date. A produção do trabalho é assinada por Santtana, que divide essa tarefa com Bruno Buarque em Diário de uma bicicleta e deixa a cargo de Rica Amabis em Velhinho.
Crônica
A maior parte das letras foi escrita em português, mas inglês, espanhol e francês também estão presentes. O artista explica: “É decorrência de ter ampliado meu público pelo mundo. Fiz quatro turnês internacionais nos três últimos anos, rodamos bastante. Mas também é uma maneira de brincar com a possibilidade poética e sonora que outras línguas dão. Sobre as temáticas, reunidas formam uma espécie de crônica dos dias atuais.”
“As motivações foram e são as mais diversas. A relação homem/máquina, a liberdade sexual, o uso dos novos celulares e como isso afeta as relações amorosas, as novas descobertas da ciência, o amor, o futebol, o cinema, a passagem do tempo”, conta ele. Entretanto, o que mais o tem inquietado é a postura do brasileiro depois da temporada de protestos do ano passado. “Espero que a população acorde novamente, desta vez mais pragmática e focada, para que o que ocorreu possa acontecer muitas outras vezes, só que agora com mais pressão popular para resolver as questões.”
Saiba mais
A mil
Paralelamente à divulgação do novo disco, Lucas Santtana lançará, até o fim do ano, um EP digital com versões de Raul Seixas; e dará prosseguimento a projeto com o grupo Metá Metá. Além disso, está fazendo duas trilhas para o cinema, para um longa e para um documentário. Em novembro, ele embarca para Londres, Paris, Amsterdã, Roma, Bruxelas, Milão, Luxemburgo.