Reza a lenda que uma biografia começa a ser rascunhada quando a personalidade em questão já possui uma trajetória artística de longa data, seja na música, no cinema ou em qualquer outra área. No entanto, diversas celebridades teens contradizem essa lógica. Com no máximo 22 anos, ídolos adolescentes como Justin Bieber e Demi Lovato ganham biografias precoces depois de terem suas polêmicas e vidas regadas a drogas e problemas psicológicos ainda mais expostos.
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A bola da vez é a cantora americana Miley Cyrus, que se apresenta nesta sexta-feira, 26, em São Paulo e domingo, 28, no Rio, com a turnê Bangerz. No recém-lançado 'Miley Cyrus - A biografia' (LeYa), a escritora Sarah Oliver descreve a eterna Hannah Montana como uma menina doce, religiosa, mas, ao mesmo tempo, rebelde e severamente reprimida pelos padrões estéticos e comportamentais da Disney.
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Em 224 páginas, a mais recente biografia da cantora de 21 anos externa uma Miley que beira o perfeccionismo. Expulsa do colégio porque ensinou às colegas o que era um beijo de língua e forçada a escrever com a mão direita mesmo sendo canhota, a cantora é retratada como uma menina diferente. “Miley é especial e gosta de chamar a atenção. Ela prefere mostrar ao público como pode ser atraente, deixando o estereotipo convencional de lado”, diz Sarah Oliver.
O livro também revela uma outra faceta de Miley: sua insegurança e fragilidade emocional. Filha do famoso cantor Billy Ray, a ex-Hannah Montana foi vítima de bullying na escola. Colegas sentiriam inveja do fato de Miley ser rica. A cantora chegou a ser trancada no banheiro. Na hora do almoço, ninguém queria ficar ao seu lado.
A carreira de Miley Cyrus é recheada de polêmicas. Na semana passada, durante uma apresentação no México, um de seus dançarinos chicoteou a cantora com a bandeira mexicana no dia da independência do país. Em 2012, a pop star comemorou o aniversário do ex-namorado, o ator Liam Hemsworth (Jogos Vorazes), lambendo um bolo em formato de pênis. Um ano depois, a cantora subiu ao palco do EMA com um cigarro de maconha nas mãos.
Miley não é a única a ganhar uma biografia precoce. Aos 16 anos, o garoto problema Justin Bieber, hoje com 20, já tinha vários livros que relatavam sua ascensão meteórica. Em 'Justin Bieber - Fama, fé e coração' (Mundo Cristão - 2012), Bieber é descrito como um garoto que ama Deus, apesar dos inúmeros problemas comportamentais.
Em 2013, quando visitou o Brasil para uma série de shows, o canadense chegou a ser autuado por pichar o muro do antigo Hotel Nacional, em São Conrado, na zona sul do Rio. Dias antes, o “bad boy” saiu para se divertir em uma boate erótica, de onde saiu camuflado por um lençol, com duas garotas. No mesmo ano, durante sua apresentação em São Paulo, Bieber foi atingido por uma garrafa de água e abandonou o palco antes mesmo de terminar de tocar o maior hit de sua carreira, 'Baby'.
A cantora Demi Lovato, de 22 anos, também fez sua estreia nas livrarias com 'Staying strong: 365 days a year'. O livro é uma compilação de tuítes com mensagens positivas que ela escreveu ao longo de 12 meses, período durante o qual se recuperava da dependência de drogas.
A autobiografia serve como redenção para a estrela teen americana que sempre esteve metida em polêmicas. Demi confessou seu envolvimento com drogas no passado, declarando que chegou ao ponto de esconder cocaína em aviões para utilizar durante viagens. “Eu não podia fazer voos de 30 minutos a uma hora sem pó”, disse.
A ex-companheira de Miley Cyrus nas épocas de Disney também afirmou que praticava a automutilação na adolescência. “Às vezes eu estava tão ansiosa, que sentia como se estivesse deixando meu corpo e que se eu não fizesse algo para parar, iria explodir. Eu me automutilava para tirar essa ideia da minha mente”, revelou em 2011 ao programa 'Good morning America'. Em 2010, Demi foi internada numa clínica de reabilitação após agredir uma das dançarinas do filme 'Camp Rock'.