Uma empreitada complexa, intensa, mas, sobretudo, bela. O cantor Pedro Mariano sempre teve o sonho de um dia gravar ao lado de uma orquestra e, também, uma grande vontade de ouvir músicas de seu repertório, e de outros intérpretes, com arranjos especiais e orquestrais. No fim do ano passado, esse desejo começou a tomar forma quando iniciou turnê por sete capitais. Em cada cidade, ele optou por trabalhar com orquestras locais, o que facilitou muito o trabalho. Apenas em São Paulo, sua base e onde foi feito o registro do DVD, no Teatro Alfa, foi montado um time especial, com direito a spalla, naipe de cordas, metais, etc.
“Foi uma experiência muito bacana, e o legal é que esse pessoal do erudito se conhece. Assim, um indica o outro. Em Recife, por exemplo, os músicos da SpokFrevo tocaram com a gente, enquanto em Fortaleza tivemos a participação da Orquestra Eleazar de Carvalho. Em outras cidades, alguns teatros já tinham sua própria sinfônica ou filarmônica. Isso facilitou muito a turnê, até porque viajar com 40, 50 músicos é complicado. Em termos de orquestra, o Brasil está muito bem servido”, comenta o artista.
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Há releituras de Simplesmente (Samuel Rosa/Chico Amaral), Pra você dar o nome (Tó Brandileone), Simples (Jair Oliveira), Certas coisas (Lulu Santos) e Na medida da paixão (Lenine/Dudu Falcão). O filho de Elis Regina e do maestro e pianista César Camargo Mariano também ganhou inéditas de Jair Oliveira (Sem você sou não) e de Ana Carolina, Chiara Civello e Edu Krieger (Um pouco mais perto), faixa que está sendo executada nas principais rádios país. “Num primeiro momento, eu tinha a intenção de criar um show com todas essa opções que a orquestra proporciona. A proposta inicial era sair um pouco do lugar-comum, da minha zona de conforto. Passei para os arranjadores e falei: quero que vocês me surpreendam”, diz.
Intenso E o trabalho realmente não foi fácil, apesar de ter sido bastante divertido, como ele conta. “Foi bastante intenso. Tive que fazer um exercício muito grande na hora da escolha. Eu me debati muito com o diretor musical sobre qual canção ganharia mais peso com orquestra. Muitas vezes, você tem na cabeça que uma música vai ganhar uma cor com a orquestra e isso não ocorre. E o contrário também pode acontecer”, explica.
Alguns nomes de artistas estavam na cabeça de Pedro Mariano desde o princípio. Foi assim com Djavan (Faltando um pedaço), com Gonzaguinha (Sangrando) e com Roberto Carlos (Você). “Todas às vezes em que ouvi essa música do Djavan, me emocionei. O Gonzaguinha é um cara que daria para fazer um disco só com coisas dele; acabei escolhendo Sangrando, que é um dos momentos mais fortes do show. No caso do Roberto, eu queria uma música dele e, um dia, escutando o disco em que Maria Bethânia o homenageia, descobri, por acaso, Você, parceria com Erasmo. É uma música que eu nem lembrava que existia, mas o arranjo ficou lindo”, garante.
No entanto, mesmo já tendo rodado sete cidades em 2013 com o projeto, o intérprete assegura que o lançamento do CD e do DVD marca um recomeço. A ideia é voltar a circular pelo país – incluindo Belo Horizonte, por onde o show não passou – provavelmente no ano que vem. “Inicialmente, o projeto da orquestra tinha começo, meio e fim. Mas, diante do resultado, da grandeza e da repercussão, tudo indicou que se tornaria mais um projeto na minha trajetória. Negar essa oportunidade de transformá-lo num projeto de carreira seria uma grande bobagem. A gente abraçou a causa. Mas isso não nos impede também de continuar com outras coisas. Atualmente, estou com a turnê do álbum 8 e em algumas apresentações mesclo os dois discos, mesmo sem a orquestra”, revela.