Para a maior banda do mundo, o maior lançamento. Enquanto os applemaníacos esperavam de Tim Cook os detalhes sobre o iPhone 6, o CEO da Apple surgiu anteontem em Cupertino, Califórnia, acompanhado de Bono, The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen. No lançamento de um dos gadgets mais consumidos do planeta, o U2 lançou o álbum 'Songs of innocence' e tocou o single 'The miracle' (of Joey Ramone). Desde terça e até 13 de outubro, estimados meio bilhão de pessoas (número de usuários do iTunes) têm disponível para download, sem custo algum, o 13º disco do U2 e o primeiro trabalho inédito em cinco anos. Grande sacada de marketing, a maior dos últimos anos, uniu dois nomes que dispensam apresentações até mesmo nos rincões da Terra.
Em meio ao lançamento, Bono já confirmou sua sequência, 'Songs of experience'. O título dos dois trabalhos remonta à obra máxima do poeta e pintor inglês William Blake, 'Songs of innocence and of experience', coleção de poemas ilustrados publicados no final do século 18.
A retomada do casamento antigo – há 10 anos o U2 lançou um modelo especial de iPod – havia sido comentada, nos últimos dias, pela imprensa internacional. Ninguém sabia ao certo o que ou como seria, mas dava-se como certa nova união do U2 com a Apple. Marketing à parte, se o lançamento de 'Songs of innocence' surpreendeu na forma, o disco propriamente dito é U2 do começo ao fim, sem representar uma mudança de rumo na discografia do quarteto irlandês. O que não é um defeito, muito antes pelo contrário.
Ao buscar se reconectar com o passado – além do single dedicado ao vocalista dos Ramones, há referências ao Clash e a pessoas e lugares que fizeram parte da história pessoal dos integrantes –, o U2, sem querer (e nem precisar) inventar a roda, faz um álbum de fôlego. No lugar mais alto aonde uma banda poderia chegar, o quarteto de Dublin dá um presente aos fãs, provando que ainda tem paixão por fazer música, independentemente de sacadas marqueteiras.
Saudosismo Com Danger Mouse pilotando a produção, Songs of innocence reúne 11 canções. O álbum abre com a surpracitada 'The miracle (of Joey Ramone)'. O milagre do vocalista dos Ramones, uma das primeiras influências do U2, vem descrito no verso “I woke up at the moment when the miracle occurred/ Heard a song that made some sense out of the world (Acordei no momento em que o milagre ocorreu/ Ouvi a música que fez sentido fora do mundo). Absolutamente pop, a música traz uma batida que não é exatamente punk, ainda que The Edge capriche nas distorções. 'Every breaking' wave tem uma batida típica do U2, algo já visto em 'With or without you'. Fácil para encantar multidões. Em 'California' (There is no end to love), o U2 remonta ao período em que deixou a Dublin natal para conhecer o mundo, aqui traduzido na meca do entretenimento. Os vocais do início são referência imediata aos Beach Boys.
'Song for someone' é destacada pelos violões. É a balada amorosa do disco, dedicada a alguém (seria Ali, a mulher de toda a vida do vocalista?) muito íntimo, “que tenha olhos para ver além de mim”, como diz um verso. A música que vem a seguir não deixa dúvida: 'Iris (Hold me close)' é uma canção de perda. Foi feita para a mãe de Bono, que morreu quando ele era adolescente. A sonoridade remonta ao U2 dos anos 1980. 'Volcano', aberta com o baixo de Clayton, é o U2 querendo ser moderno. Esqueça. Já 'Raised by wolves' marca a veia politizada do grupo. Bono canta os conflitos da Irlanda do Norte acompanhado de um discreto piano e letra sombria. 'Cedarwood Road' é o nome do local onde Bono nasceu. Com letra nostálgica, remontando à sua adolescência, tem um clima estradeiro.
Outra balada do álbum, 'Sleep like a baby tonight' é marcada por sintetizadores e belo arranjo de cordas. Finalizando o álbum, duas canções de climas bem distintos. 'This is where you can reach me now' é dedicada a Joe Strummer, do Clash. Homenagem superacertada, com forte acento pop. Por fim, 'The troubles', com batida trip hop e a participação da cantora sueca Lykke Li, fecha o álbum de forma pessoal e densa. Como ela canta no refrão, “alguém deu um passo dentro de sua alma”.
Em meio ao lançamento, Bono já confirmou sua sequência, 'Songs of experience'. O título dos dois trabalhos remonta à obra máxima do poeta e pintor inglês William Blake, 'Songs of innocence and of experience', coleção de poemas ilustrados publicados no final do século 18.
A retomada do casamento antigo – há 10 anos o U2 lançou um modelo especial de iPod – havia sido comentada, nos últimos dias, pela imprensa internacional. Ninguém sabia ao certo o que ou como seria, mas dava-se como certa nova união do U2 com a Apple. Marketing à parte, se o lançamento de 'Songs of innocence' surpreendeu na forma, o disco propriamente dito é U2 do começo ao fim, sem representar uma mudança de rumo na discografia do quarteto irlandês. O que não é um defeito, muito antes pelo contrário.
Ao buscar se reconectar com o passado – além do single dedicado ao vocalista dos Ramones, há referências ao Clash e a pessoas e lugares que fizeram parte da história pessoal dos integrantes –, o U2, sem querer (e nem precisar) inventar a roda, faz um álbum de fôlego. No lugar mais alto aonde uma banda poderia chegar, o quarteto de Dublin dá um presente aos fãs, provando que ainda tem paixão por fazer música, independentemente de sacadas marqueteiras.
Saudosismo Com Danger Mouse pilotando a produção, Songs of innocence reúne 11 canções. O álbum abre com a surpracitada 'The miracle (of Joey Ramone)'. O milagre do vocalista dos Ramones, uma das primeiras influências do U2, vem descrito no verso “I woke up at the moment when the miracle occurred/ Heard a song that made some sense out of the world (Acordei no momento em que o milagre ocorreu/ Ouvi a música que fez sentido fora do mundo). Absolutamente pop, a música traz uma batida que não é exatamente punk, ainda que The Edge capriche nas distorções. 'Every breaking' wave tem uma batida típica do U2, algo já visto em 'With or without you'. Fácil para encantar multidões. Em 'California' (There is no end to love), o U2 remonta ao período em que deixou a Dublin natal para conhecer o mundo, aqui traduzido na meca do entretenimento. Os vocais do início são referência imediata aos Beach Boys.
'Song for someone' é destacada pelos violões. É a balada amorosa do disco, dedicada a alguém (seria Ali, a mulher de toda a vida do vocalista?) muito íntimo, “que tenha olhos para ver além de mim”, como diz um verso. A música que vem a seguir não deixa dúvida: 'Iris (Hold me close)' é uma canção de perda. Foi feita para a mãe de Bono, que morreu quando ele era adolescente. A sonoridade remonta ao U2 dos anos 1980. 'Volcano', aberta com o baixo de Clayton, é o U2 querendo ser moderno. Esqueça. Já 'Raised by wolves' marca a veia politizada do grupo. Bono canta os conflitos da Irlanda do Norte acompanhado de um discreto piano e letra sombria. 'Cedarwood Road' é o nome do local onde Bono nasceu. Com letra nostálgica, remontando à sua adolescência, tem um clima estradeiro.
Outra balada do álbum, 'Sleep like a baby tonight' é marcada por sintetizadores e belo arranjo de cordas. Finalizando o álbum, duas canções de climas bem distintos. 'This is where you can reach me now' é dedicada a Joe Strummer, do Clash. Homenagem superacertada, com forte acento pop. Por fim, 'The troubles', com batida trip hop e a participação da cantora sueca Lykke Li, fecha o álbum de forma pessoal e densa. Como ela canta no refrão, “alguém deu um passo dentro de sua alma”.