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Veja 7 razões para não perder show de Pitty
Não ficou parada no período, só deu uma desacelerada na música – com o projeto de folk psicodélico Agridoce, duo com o guitarrista Martin Mendonça – e na vida – conseguiu tirar as férias que vinha se cobrando.
E o show de Belo Horizonte vai ter algo de realmente inédito, vale dizer. O equipamento adquirido para a cenografia foi importado da China e só agora foi liberado. Até então, a cenografia dos shows havia sido adaptada. “A gente bolou nova identidade visual para o show. Não é exatamente um telão de LED, é mais como uma cortina e brincamos com as transparências.” Fato é que Pitty prefere não se estender no tema – “é difícil explicar, mas fica lindo” –, então só vendo ao vivo. Além do cenário, a banda traz novidades. Pitty está acompanhada de Martin nas guitarras, Duda Machado na bateria, Guilherme Almeida no baixo e Paulo Kishimoto nos teclados.
“Como o disco novo é cheio de texturas, a solução foi colocar mais um integrante na banda. O Paulo toca teclado, percussão. Uso um pedal de voz, então eu mesma opero os efeitos durante o show. Ou seja, o show está bem fiel ao disco, ninguém vai sentir falta de elementos (das músicas)”, continua Pitty. Isso porque o repertório de 'Setevidas' está praticamente todo em cena. A única exceção é 'Lado de lá', balada com um toque de psicodelia marcada por um piano executado, no disco, pela própria Pitty. “E ela não entrou por causa de uma questão técnica do piano”, continua.
Perfumaria também Todas as outras nove canções estão no show, que é aberto com a faixa-título. “Essa turnê é de lançamento de um disco. Não faria sentido fazer um show com o mesmo repertório das turnês anteriores. Mesmo que eu toque as que a galera curte, tem que ficar claro que estou com um novo disco”, acrescenta ela, que neste trabalho fez seu álbum mais bem produzido. 'Pouco', a faixa de abertura, começa em alta rotação, com ênfase nas guitarras. 'Deixa ela entrar' é um rock mais melodioso. 'Pequena morte' fala sobre o orgasmo de maneira metafórica, enquanto 'A massa' e 'Boca aberta' atacam o materialismo.
Assinado pelo produtor Rafael Ramos, 'Setevidas' foi gestado de maneira diferente dos álbuns anteriores. Com uma pré-produção bem feita, só chegou ao estúdio para gravar quando as canções estavam fechadas. Foi tudo gravado ao vivo, “olho no olho”, sem quaisquer artifício. Uma vez pronto, fez o que chama de perfumaria. Um coro aqui, uma guitarra dobrada ali, percussão mais adiante, detalhes que vêm à tona a cada nova audição do álbum. Com esse material gravado, partiu para os Estados Unidos. Em Austin, trabalhou com Tim Palmer (que traz no currículo Pearl Jam, U2, David Bowie, Robert Plant e Ozzy Osbourne), responsável pela mixagem e por vários pequenos detalhes. De lá voou para Nova York, onde a masterização foi realizada por Ted Jansen no Sterling Sound, estúdio-referência no meio.
Caiu a ficha Ainda que esteja olhando para a frente, Pitty não deixa o passado de fora. Suas canções mais conhecidas desde 'Admirável chip novo' (2003) estão presentes no repertório, mas com novos arranjos. 'Equalize', 'Na sua estante', 'Anacrônico', 'Me adora', 'Máscara', estão todas lá. Pela primeira vez, Pitty tem ficado até 1h50 em cena. Tudo depende da recepção do público, é claro. “Quando começamos a turnê o que mais comentamos internamente sobre o público é que só tinha barbado na plateia. É marmanjo e marmanja, jovens de 20 e poucos anos. Só agora, mais velhos, é que caiu a ficha que meu som nunca foi para criança”, continua Pitty.
'Setevidas' foi criado num período complicado. Em maio de 2013, seu ex-guitarrista, Peu, cometeu suicídio. Seu antigo baixista, Joe Gomes, entrou com um processo judicial contra ela devido a questões trabalhistas. A própria Pitty, nesse meio tempo, acabou hospitalizada por causa de uma disfunção hormonal. Estão aí várias razões para que ela tenha Setevidas. Ou como diz a própria letra da faixa-título: “Só nos últimos cinco meses/ Eu já morri umas quatro vezes/ Ainda me restam três vidas pra gastar”. Disso, ninguém duvida.
Momento feliz
Pitty está de banda nova. Além de Martin Mendonça (guitarras), Guilherme Almeida (baixo) e Duda Machado (bateria) – na foto da capa –, a roqueira tem mais um integrante no grupo, o tecladista Paulo Kishimoto. E é com o time completo que ela aterrissa em Belo Horizonte hoje, a partir das 22h, para única apresentação no Chevrolet Hall da turnê Setevidas.
O show, Pitty garante, está bem fiel ao disco homônimo, e o repertório estará praticamente todo em cena. E BH tem ainda uma novidade: o equipamento cenográfico importado da China só agora foi liberado, então, os efeitos especiais chegam aqui em primeira mão.
A roqueira, que tem ficado até 1h50 no palco, dependendo do público, diz que os shows têm sido os melhores, e também os maiores que já fez. “Muito catártico, tanto nós do palco quanto as pessoas da plateia estamos muito felizes”.
Sete razões para ver Pitty esta noite
» É o primeiro show que ela faz em BH com sua banda em pelo menos três anos
» Ainda que a turnê já esteja na estrada há alguns meses, o equipamento para a nova cenografia só vai estrear esta noite
» 'Setevidas', quarto álbum de estúdio, é seu melhor trabalho
» Pitty faz parte do chamado mainstream, mas nunca se rendeu a ele
» O álbum traz novidades como percussão, na faixa 'Serpente', canção que encerrou alguns shows
» Suas apresentações costumam ser catarses coletivas
» Imagine se ela fica mais cinco anos sem lançar um álbum de inéditas?
PITTY
Show nesta sexta-feira, às 22h. Chevrolet Hall, Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi, (31) 4003-5588. Ingressos: 3º lote: R$ 100 e R$ 50 (meia); 4º lote: R$ 110 e R$ 55 (meia); 5º lote: R$ 120 e R$ 60 (meia); 6º lote: R$ 130 e R$ 65 (meia). Classificação etária: 14 e 15 anos (acompanhados dos pais ou responsáveis); a partir dos 16 anos (desacompanhados).