E isso fica bem claro no livro 'James Hetfield, o lobo à frente do Metallica', do jornalista Mark Eglinton (Editora Gutenberg), que conta a trajetória do vocalista desde o início da banda, ainda dividindo o microfone com Mustaine (Megadeth), até os dias de hoje, quando arrasta multidões de banggers ensandecidos aos estádios.
Autor do livro que também dissecou outra grande banda, Pantera, Eglinton faz o mesmo com Hetfield. E nada passa batido. Em conversas com pessoas ligadas ao músico e com o próprio artista, o autor trata de assuntos espinhosos, como as brigas internas no Metallica, e, é claro, do batido triunvirato sexo, drogas e rock’n’roll. Aliás, muito de tudo. Logo de cara, na apresentação, ele já revela seu propósito: desmitificar Hetfield. “Ele não é só um guitarrista de habilidades de outro mundo, um vocalista de estatura colossal e um letrista e compositor muito subestimado. Ele também é uma pessoa sensível e atenciosa”, registra.
saiba mais
-
Aos 73 anos, David Crosby volta à cena fonográfica com o álbum 'Croz'
-
Livro reúne retratos de músicos brasileiros de variados estilos
-
Ratos de Porão tocam em BH no domingo; conversamos com João Gordo sobre novo disco e sons antigos
-
Cantando rock, mineira Gabi Mello se destaca no concurso Mulheres Que Brilham, do SBT
-
Lei das biografias tem discussão adiada no Senado e deve entrar na pauta da próxima semana
-
Gusttavo Lima insinua fim da carreira, mas volta atrás após garantir que ''está acabando''
Na sequência, narra as naturais dificuldades no início da banda e o entra e sai típico da cena. A chegada de Lars Ulrich e o relacionamento que fez com que o Metallica se tornasse cada vez mais sólido. E também a entrada e a saída de Mustaine, que se mostrou mais “doido” que os outros e foi chutado, de forma até hoje pouco explicada.
Para seu lugar contrataram Kirk Hammett, então no Exodus. O biógrafo lembra ainda a relação do baixista Cliff Burton, morto em um acidente com o ônibus da banda em setembro de 1986, e sua influência nas letras da banda. Completando a formação, para o baixo a banda traria Jason Newsted.
E segue a história: a briga com o site Napster, de compartilhamento de músicas, encabeçada por Lars com o apoio de Hetfield e fatos até meio nebulosos, dos bastidores das gravações de Load (1996) e Reload (1997), os dois últimos com Newsted, que deixou a banda alegando que não gostava do tratamento que recebia dos colegas. Além disso, o baixista diz que o vocalista não o deixava compor. Em seu lugar entrou Robert Trujillo.
E emendando com o início de tudo, a volta às boas entre Hetfield e Mustaine, em 2010, quando se apresentaram juntas as bandas Metallica, Megadeth, Slayer e Anthrax. Ao que parece, a relação, até então azeda, voltou às boas. E analisando a carreira da banda capitaneada por Hetfield, dos tempos da garagem até assumir feição mais comercial, ainda há muita lenha para ser queimada.