As páginas que reúnem projetos artísticos de qualquer vertente e os colocam à disposição do patrocínio voluntário têm arrecadado cada vez mais recursos e inspirado adeptos, incluindo alguns velhos conhecidos dos públicos. Há pouco mais de uma semana, o Dead Fish, grupo de hardcore que já alcançou destaque no cenário nacional no decorrer da década passada, quebrou recordes no site Catarse.me; acumulou R$ 258 mil para gravação de um novo disco, que será prensado com 14 faixas (os roqueiros precisavam apenas de R$ 60 mil).
No início deste ano, os Raimundos também usaram o sistema intitulado crowdfunding, ou financiamento coletivo, para gravar e distribuir Cantigas de roda, álbum recente, produzido com 12 composições. Almejando R$ 55 mil para todas as etapas do projeto, que incluíam viagens, estadias e idas ao estúdio, a trupe liderada por Digão atingiu R$ 123 mil, no mesmo site. "A gente depende mais dos fãs do que de qualquer outra coisa, até mais do que da mídia. São mais importantes, eles fazem tudo valer a pena. O disco foi uma surpresa. O que rendeu, foi um empurrão dos fãs, como se dissessem 'vai lá, vamos fazer'. A força dos fãs não se compara a nada", comentou Digão ao Correio, em maio passado.
Todos juntos
O financiamento coletivo não se restringe apenas aos músicos que alçaram voos nacionalmente, em algum momento de suas carreiras; extrapola barreiras de espaço e de quantidade de público. Bandas locais, independentes ou que ainda mantêm-se no início de suas trajetórias também desfrutam do conceito, para alavancar séries diversas de ações e materiais.