Não é novidade para Milton Nascimento ter sua obra revisitada por orquestras e corpos líricos não só do Brasil mas também do exterior. Aliás, um dos projetos mais belos da carreira do cantor e compositor é um CD gravado pelos irmãos franceses Lionel e Stéphane Belmondo e pela Orquestra Nacional da Île-de-France, Milton Nascimento & Belmondo, de 2009, e também o disco Amigo, de 1995, com a participação da Orquestra Jazz Sinfônica e dos Rouxinóis de Divinópolis.
Pela primeira vez, Milton vai subir ao palco acompanhado da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG), do Coral Lírico de Minas Gerais e do Coral Infantojuvenil. Isso porque o músico é o homenageado do projeto Sinfônica Pop, amanhã e domingo, no Palácio das Artes. Na série, a Sinfônica convida artistas brasileiros para apresentar o rico repertório da música popular, mostrando sua versatilidade e qualidade, proporcionando ao público uma forma singular de fruição da MPB, além de gerar um importante acervo de arranjos orquestrais.
Sonho antigo A apresentação tem início com a Suíte Minas Gerais, obra composta por Marcelo Ramos, em 2004, que celebra grandes nomes da música mineira e nacional, para em seguida entrar no repertório de Milton. Entre as obras escolhidas estão clássicos como Travessia; Bola de meia, bola de gude; Coração de estudante; Maria, maria; Um gosto de sol, além de um pot-pourri composto especialmente pelo maestro Lincoln Andrade, reunindo músicas como Ponta de areia; Estrela, estrela; Nos bailes da vida e Paula e Bebeto. “Boa parte dessas composições que selecionamos já tinham arranjos prontos para orquestras que foram feitos pelo Wilson Lopes, então isso facilitou. A gente já tinha um desejo antigo de reunir a orquestra, os coros e o Bituca e faltava conciliar as agendas”, explica Lincoln.
O maestro lembra que a ideia de reunir os três corpos artísticos nasceu devido ao fato da obra de Milton Nascimento ser extremamente vocal. Por isso acharam que seria extremamente válido unir coro e orquestra. “Eu, particularmente, aprendi a fazer música vocal ouvindo Milton e para essas canções que vamos apresentar no palco do Palácio das Artes, fiquei encarregado de escrever os arranjos vocais. É um prazer ficar exercitando algo que há 40 anos fiquei encantando quando ouvi pela primeira vez”, salienta.
Para Lincoln Andrade, o resultado do que se verá no palco tem tudo para agradar em cheio a plateia, porque além da nova roupagem da música de Bituca, o trabalho está sendo feito com muita dedicação, carinho e profissionalismo. “O público pode esperar algo certamente muito bonito. O Sinfônica Pop tem sido extremamente interessante e vitorioso em sua proposta e cumpre realmente o seu objetivo de levar as coisas aonde o povo está e aproximar a orquestra do público”, comemora.
>> PROGRAMA
>> Suíte Minas Gerais
>> Bola de meia, bola de gude
>> Pot-pourri – Ponta de Areia/Estrela, estrela/Nos bailes da vida/Paula e Bebeto
>> Caçador de mim
>> Encontros e despedidas
>> Maria Solidária
>> Um gosto de sol
>> Canção do sal
>> Travessia
>> Nada será como antes
>> Coração de estudante
>> Maria, Maria
Série Sinfônica Pop com Milton Nascimento
Sábado, às 20h30, e domingo, às 19h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Ingressos a R$ 60 e R$ 30. Informações: (31) 3236-7400.