O artista conta que o ponto de partida de sua pesquisa artística foi a performance poético-musical feita em 1986, em festa do movimento negro, na Paraíba, sua terra natal. Momento em que conjugou numa mesma ação não só a palavra, a música e a performance, mas uma ação artística e política. “Todo trabalho de arte é transversal e cruza várias dimensões, inclusive a social e a política”, defende. Seguiram-se viagens pelo Brasil, sendo que ele morou em Ouro Preto, onde começou a pesquisa do uso da enxada como instrumento musical. O primeiro show, já tocando enxada, foi em 1992, que deu origem a interesse por novos instrumentos.
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“Qualquer objeto na mão de uma pessoa sensível e de bom senso pode se tornar um instrumento”, afirma Babilak Bah, falando da enxada. Mais: para o artista, é característica da música do Brasil o uso de objetos do cotidiano para fazer som. Caso por exemplo dos sambistas, que se valeram da caixinha de fósforos; do percussionista Aírton Moreira, que tocou com faca e em pratos; do Uakti que explora tubos de PVC; de Rogério Duprat, com as descargas de automóvel; de Tom Zé, que incluiu o som de enceradeiras em sua obra; e de Hermeto Pascoal, que já levou até uma galinha para a música. “São pesquisas que ampliam a percepção sonora”, observa. “O Brasil é o país da polifonia”, afirma.
Babilak Bah valoriza todas essas experimentações, até porque, como explica, a “música evolui mais por meio da transgressão do que pela progressão”, garante. O artista está em fase de pré-produção do disco que vai se chamar Musica para ouvido quebrado.
O instrumentista, cantor, compositor e performer nasceu na Paraíba e está radicado há mais de 20 anos em Belo Horizonte. Babilak Bah já participou nos mais importantes eventos da música brasileira como o Projeto Pixinguinha e o Rumos Itaú, além de já ter se apresentado na França, Espanha e Inglaterra.
Babilak Bah e Quarteto de Enxadas
. Sexta-feira hoje, às 16h. Casa do Baile, Avenida Otacílio Negrão de Lima, 751, Pampulha.
. Sábado, às 16h. Centro Cultural Venda Nova, Rua José Ferreira dos Santos, 184, Bairro Letícia.
. Domingo, às 10h. Centro Cultural Pampulha, Rua Expedicionário Paulo de Souza, 185, Bairro Urca.
Classificação livre. Entrada franca.