“A metrópole é louca, tem de tudo, para o bem e para o mal. Está tomada pela violência, tem gente passando fome ao lado de mansão e, ao mesmo tempo, oferece mistura de artes, encontro de realidades e culturas. 'Grão do corpo' fala desse caos, que é também criativo, em abordagem poética e carregada de esperança”, conta Fernando Anitelli. Exemplos dessa mirada, para ele, podem ser versos como “morrer de vontade de viver”, “quando a fé ruge, o coração dilata” ou “a vida anuncia que renuncia à morte”. Letras que, para o vocalista, mostram que é possível mudar o “momento sensível” vivido pelas cidades.
O Teatro Mágico foi criado em 2003, interessado em trabalhar somando música, artes cênicas e literatura. É composto por 10 músicos e três artistas circenses, que se apresentam maquiados e com figurinos em alusão ao "personagem interno" escondido em cada pessoa. Já têm três álbuns: Entrada para raros, O segundo ato e A sociedade do espetáculo. O núcleo básico é formado por Fernando Anitelli, Andrea Barbour, Daniel Santiago, Sergio Carvalho, Ricardo Braga, Rafael dos Santos e Guilherme Ribeiro. O nome da banda veio do livro Lobo da estepe, do escritor alemão Hermann Hesse (1877-1962).
A banda, explica Fernando Anitelli, atua como companhia de teatro: “Temos convidados, as pessoas mudam, cada trabalho desenvolve uma ideia”, exemplifica. Os trabalhos, continua, surgem a partir da música e vontade de tratar algum tema. Que, estabelecido, é apresentado a Andrea Barbour, bailarina, que cuida de desenvolver as performances que traduzem o que está sendo dito pelas canções. Só próximo das apresentações, às vezes no dia, eles somam todos os elementos. “O que é possível porque valorizamos o improviso e a espontaneidade na interpretação”, ele conta.
Teatro Mágico
Sábado, às 22h. Chevrolet Hall, Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi. Ingressos: Pista/Arquibancada: R$ 70 (inteira) e R$ 35 (meia). Classificação: 16 anos (14 e 15 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais).