O vocalista Fabiano Cambota concretizará um desejo que já cultiva há algum tempo quando subir ao palco do Granfinos com sua banda, o Pedra Letícia, na noite desta sexta-feira, 9. "Namoro uma belo-horizontina há dois anos e tenho estado muito por aqui", explica o goiano, que comanda o grupo desde a fundação, em 2005. "Nestes últimos tempos que passei a frequentar BH, de certo modo assumi o lugar como minha própria cidade. A sensação agora é a mesma de tocar em casa. Sei que vou me apresentar para amigos, o que é uma responsabilidade ainda maior", ele confessa.
A chegada à capital completa uma mini-turnê da banda pelo estado. Nas últimas semanas, os músicos apresentaram-se em cidades do interior, de onde voltaram com boas impressões. "Em Minas nós temos um público muito bacana, principalmente nas cidades universitárias. As pessoas conhecem muito bem as letras, o nosso trabalho, e os shows sempre passam das duas horas de duração", conta Fabiano.
Ele se declara admirador de artistas que ocupam o palco por muito tempo. "Tenho uma boa dose de preguiça dos shows que duram uma hora e vinte minutos, sempre acho que o artista tá dando uma de migué, tá batendo cartão no palco", comenta o artista. Depois de BH, a banda segue para Divinópolis, Região Centro-Oeste de Minas, para apresentação no sábado, 10.
De relações estreitadas com os mineiros e graças à intimidade do vocalista com a capital, o Pedra Letícia preparou um show especial para a terceira vez em Belo Horizonte. Com o palco só para eles — a casa não receberá outras bandas na noite —, o grupo decidiu executar o repertório completo dos dois álbuns, '#EuSouPedreiro' (2011) e 'Pedra Letícia' (2008). "A gente não quer deixar nenhuma música de fora. Vamos nos dar ao luxo de fazer um show mais longo, exatamente para aproveitar o espaço intimista, a proximidade com o público", adianta Cambota, que faz questão de ter tempo "para poder conversar com o público sem pressa de acabar".
Confira o clipe 'Circo de um homem so', do Pedra Letícia:
Conhecidos pela irreverência das letras e pela ecleticidade do som, os músicos prezam a liberdade de não pertencer a uma vertente definida do rock. "Chamar de banda de rock é até pretensão, é difícil achar uma forma de nos encaixar em rótulos", diz o vocalista. Para eles, a indefinição de gênero é vantajosa: "Temos um show divertido para qualquer público. De cima do palco, a gente vê um cara heavy metal ao lado de uma patricinha, junto com funkeiro, com um sertanejo. Vemos gente de todas as idades", comemora Fabiano.
O show é planejado, segundo o cantor, para libertar os espectadores através da música. "A intenção é diversão, seja pulando e cantando, aplaudindo ou dando risada. De qualquer forma, a banda tem um compromisso, que é o de inserir a pessoa durante o tempo do show, em um contexto de escapismo. São duas horas e meia para esquecer todo tipo de problema", explica Cambota. Outra característica da banda, a teatralidade da apresentação também contribui para a imersão do público. "Acho que é mesmo parecido com o teatro: o show tem começo meio e fim, segue uma lógica e prende a atenção", diz o vocalista. "É muito gratificante ver que as pessoas se entregam do começo ao fim do show", ele afirma.
Pedra Letícia no Granfinos
Sexta-feira, 9 de maio. Avenida Brasil, 325, Bairro Santa Efigênia. Ingressos a R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Vendas na bilheteria do local ou pelo site. Classificação: 18 anos.