A presença no grupo Moinho, com o qual vem exibindo uma crescente porção autoral, tanto em melodias quanto em letras, além da percussão e dos vocais, só vem provar que Cássia Eller, Marisa Monte, Nando Reis e até Cyndi Lauper (com quem tocou na turnê do disco 'Memphis blues') estavam certos ao apostar no talento de Lan Lan.
Parceira do guitarrista Toni Costa na maioria das canções de 'Éolo', que o grupo está lançando, a percussionista lembra que começou a compor muito cedo, aos 17 anos, quando ainda tocava bateria na banda Rabo de Saia e fazia suas canções ao violão. Ao conhecer Monica Millet, que vinha dos terreiros de candomblé da Bahia, Lan Lan se encantou com a percussão, que abraçou como profissão, levando-a ao sucesso nacional.
“Rolava uma certa curiosidade em relação a mim, que as pessoas não sabiam se era um instrumento, uma menina ou um menino”, recorda Lan Lan. Com o tempo ela teve de mostrar que “era mulher e fazia o serviço direitinho”. “Havia um certo descrédito à primeira vista”, diz, confirmando a existência de preconceito em relação à presença feminina no meio.
Hoje, no entanto, Lan Lan admite que a situação é outra. “Fico feliz ao descobrir que muitas meninas me têm como referência”, diz, atribuindo o fato principalmente ao trabalho que fez com Cássia Eller. “Tive sorte, mas não é só isso. É trabalho também”, ressalta. A própria Cássia Eller um dia descobriria um compacto simples da primeira banda de Lan Lan do qual resgatou 'Amor destrambelhado', que gravou no disco 'Veneno vivo'.
“Cássia falava que eu tinha verve criativa”, conta Lan Lan. “Sempre tive vergonha de mostrar a ela minhas canções. Ainda mais para ela, Cássia Eller”, acrescenta. Na época, paralelamente à carreira na banda de Cássia, a percussionista criou o projeto Lan Lan e Os Elaines, com o qual gravou um disco. Filha de pai mineiro e mãe baiana, Elaine Silva Moreira nasceu na Bahia, onde se iniciou artisticamente.
COMO UM CALDEIRÃO
O Moinho tem na sua formação Emanuele Araújo (voz), Toni Costa (guitarra, violão e vocal) e Lan Lan (percussão e vocais). O trio volta ao mercado depois de cinco anos, fazendo uma homenagem ao deus dos ventos, que vivia na ilha flutuante Eólia. O novo disco preserva o samba como a principal matriz, mas incorporando rock, funk, reggae, xote e choro, entre outros ritmos.
“Claro que nas águas deste Moinho rolam outros assuntos, os quais deixo para os mais atentos”, adverte Carlinhos Brown, que assina a faixa-título e 'Tu pira', com Lan Lan e Toni Costa. Para ela, a participação de Carlinhos Brown foi primordial. “Ele é quem nos falou da energia eólica por meio da qual chegamos ao deus Éolo. Foi um sopro de criatividade”, afirma Lan Lan. A única composição que não leva a assinatura dela ou de Toni Costa é 'Morrendo de saudade', do paraibano Tadeu Mathias, que Lan Lan diz ter conhecido na Bahia.
No mais, ela e Toni Costa assinam 'Mexeu comigo', 'Foi a chuva que caiu', 'Noite massa' e 'Vento caribenho'. Com Fred Goes o guitarrista ainda fez 'Do tempo do meu avô', enquanto Lan Lan dividiu com ele a versão do clássico do jazz 'Back home in Indiana', batizada no disco apenas de 'Indiana'. “É o caldeirão do Moinho”, conclui Lan Lan.
Parceira do guitarrista Toni Costa na maioria das canções de 'Éolo', que o grupo está lançando, a percussionista lembra que começou a compor muito cedo, aos 17 anos, quando ainda tocava bateria na banda Rabo de Saia e fazia suas canções ao violão. Ao conhecer Monica Millet, que vinha dos terreiros de candomblé da Bahia, Lan Lan se encantou com a percussão, que abraçou como profissão, levando-a ao sucesso nacional.
“Rolava uma certa curiosidade em relação a mim, que as pessoas não sabiam se era um instrumento, uma menina ou um menino”, recorda Lan Lan. Com o tempo ela teve de mostrar que “era mulher e fazia o serviço direitinho”. “Havia um certo descrédito à primeira vista”, diz, confirmando a existência de preconceito em relação à presença feminina no meio.
Hoje, no entanto, Lan Lan admite que a situação é outra. “Fico feliz ao descobrir que muitas meninas me têm como referência”, diz, atribuindo o fato principalmente ao trabalho que fez com Cássia Eller. “Tive sorte, mas não é só isso. É trabalho também”, ressalta. A própria Cássia Eller um dia descobriria um compacto simples da primeira banda de Lan Lan do qual resgatou 'Amor destrambelhado', que gravou no disco 'Veneno vivo'.
“Cássia falava que eu tinha verve criativa”, conta Lan Lan. “Sempre tive vergonha de mostrar a ela minhas canções. Ainda mais para ela, Cássia Eller”, acrescenta. Na época, paralelamente à carreira na banda de Cássia, a percussionista criou o projeto Lan Lan e Os Elaines, com o qual gravou um disco. Filha de pai mineiro e mãe baiana, Elaine Silva Moreira nasceu na Bahia, onde se iniciou artisticamente.
COMO UM CALDEIRÃO
O Moinho tem na sua formação Emanuele Araújo (voz), Toni Costa (guitarra, violão e vocal) e Lan Lan (percussão e vocais). O trio volta ao mercado depois de cinco anos, fazendo uma homenagem ao deus dos ventos, que vivia na ilha flutuante Eólia. O novo disco preserva o samba como a principal matriz, mas incorporando rock, funk, reggae, xote e choro, entre outros ritmos.
“Claro que nas águas deste Moinho rolam outros assuntos, os quais deixo para os mais atentos”, adverte Carlinhos Brown, que assina a faixa-título e 'Tu pira', com Lan Lan e Toni Costa. Para ela, a participação de Carlinhos Brown foi primordial. “Ele é quem nos falou da energia eólica por meio da qual chegamos ao deus Éolo. Foi um sopro de criatividade”, afirma Lan Lan. A única composição que não leva a assinatura dela ou de Toni Costa é 'Morrendo de saudade', do paraibano Tadeu Mathias, que Lan Lan diz ter conhecido na Bahia.
No mais, ela e Toni Costa assinam 'Mexeu comigo', 'Foi a chuva que caiu', 'Noite massa' e 'Vento caribenho'. Com Fred Goes o guitarrista ainda fez 'Do tempo do meu avô', enquanto Lan Lan dividiu com ele a versão do clássico do jazz 'Back home in Indiana', batizada no disco apenas de 'Indiana'. “É o caldeirão do Moinho”, conclui Lan Lan.