Aliás, Bugg foi um dos destaques da recente edição tupiniquim do festival itinerante Lollapalooza, quando, aliás, apresentou um repertório centrado no citado Shangri la. Produzido pelo mega-respeitado Rick Rubin, o veterano mestre da mesa de estúdio já mostra que veio somar ao inegável talento de Bugg quando expande o espectro sônico até então algo reflexivo e semiacústico que o artista mostrou no primeiro disco, instigando-o a tacar fogo nas pauleiras que consomem What doesn’t kill you, Slumville sunrise e Strange reasons. Se nem dão para o começo quando comparadas ao que seus assumidos ídolos/influências geraram quando tinham sua idade, ambas revelam um expressivo élan que outros aspirantes a rocker de sua geração provavelmente jamais mostrarão nem daqui a 20, 30 anos.
Mas, em que pese o currículo, digamos, mais pesado, atrelado a Rubin, o mesmo também não deixou de perceber que o forte do garoto são mesmo baladas acridoces em que letras razoavelmente ácidas deixam à mostra um cinismo meio inesperado para um cantor-guitarrista-compositor tão precoce. Ainda assim, há que se respeitar o camarada quando ele abre sua voz meio esganiçada para a sombria A song about love ou a crueza explícita de Messed up kids. Não, definitivamente, vale dizer que Bugg não tem colhões ou cérebro para justificar o epíteto de “novo Bob Dylan”. Mas pelo mostrado nos dois discos que registrou antes de completar 20 anos, provavelmente ainda ouviremos falar mais (boas) coisas deste promissor artista.