Raimundos reformula integrantes da banda e mostra fôlego em novo álbum

A volta do baixista Canisso e a entrada do baterista Caio mostra a nova fase

por Correio Braziliense 18/02/2014 16:14

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Luiz Marques/Divulgação
Doze anos depois, os Raimundos provam que ainda têm o que mostrar (foto: Luiz Marques/Divulgação)

Os Raimundos não lançavam um CD de músicas inéditas havia 12 anos. A saída de Rodolfo Abrantes é tida por muitos como o final do auge criativo da banda. Nesse tempo, a formação do grupo sofreu uma reformulação, com a saída e posterior volta do baixista Canisso. Já a entrada do bateirista Caio, provou, com o álbum Cantigas de roda, feito via crowdfunding, que eles ainda têm fôlego.

Logo de cara, o CD apresenta uma mudança em relação aos discos anteriores. Sempre foi dito que Digão tinha dificuldade em cantar músicas rápidas. Em Cachorrinha, a primeira faixa, a velocidade da voz do cantor e compositor flui com naturalidade pelos dois minutos de duração. Lembra a rapidez das canções de 20 anos atrás, do primeiro álbum do grupo, Raimundos.

O forrozeiro Zenilton, mais uma vez, tem música adaptada ao som pesado dos brasilienses, com Gata da rosinha. Como de praxe, o triângulo marca presença. Cera quente, Gordelícia e Baculejo são candidatas a hit e mostram a capacidade de Digão como compositor. Nó suíno, Descendo na bengala e Rafael são faixas mais pesadas, lembrando o hardcore que credenciou os Raimundos como uma banda de destaque.

Divulgação
Capa do novo álbum, Cantigas de roda (foto: Divulgação)
A maior inovação fica por conta de Dubmundos. O reggae, com participação de Sen Dog, do grupo norte-americano de rap Cypress Hill, reflete a evolução musical pela qual a banda passou nos tempos de viagens por casas de shows, no hiato desde Kavookavala. O trabalho que os integrantes tiveram é explicado no desabafo em BOP, canção mais séria, semelhante às do álbum Lapadas do povo.

Um bom investimento

Não é a revolução de duas décadas atrás, quando a banda apresentou o forrocore ao mundo. Mas pode ser um marco. O maior conjunto brasiliense desde Legião Urbana vinha sendo encarado como algo do passado, e Cantigas de roda veio para provar o contrário. Doze anos depois, os Raimundos provam que ainda têm o que mostrar. Valeu o investimento dos fãs. Agora, é esperar para ver se o novo álbum é um lampejo ou se é, em definitivo, o renascimento de um dos principais grupos de rock do Brasil.

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