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“Meus outros discos tinham, no máximo, metade de músicas minhas. Este também é meu primeiro disco que não tem sopros, nem baixista. Na verdade, quase todas as faixas do meu primeiro trabalho, 'Pandeiro jazz', foram gravadas em trio, mas era um trio mais acústico, de pandeiro, violão e saxofone. Em A view from below o som é elétrico, com guitarra e teclados vintage”, compara Feiner, que mora no Rio de Janeiros desde 2001.
Feiner escreveu as nove músicas do disco, compostas inicialmente no violão ou guitarra. “Não tenho um processo de composição. Às vezes começa com uma melodia, uma linha de baixo ou uma levada no pandeiro”, afirma. Como o disco não teve participação de baixista, a mão esquerda de Vernet (a das notas mais graves) foi bastante exigida. Em shows, Feiner costuma ouvir relatos de pessoas impressionadas com o “tamanho” do som, aparentemente sem sentir falta de baixo e bateria.
GERAÇÕES
Ele afirma que Jorginho do Pandeiro, Celsinho Silva e Marcos Suzano foram as três referências centrais para que conseguisse incorporar a linguagem do instrumento e definir seu um estilo próprio. “E também pandeiristas que tocam samba e partido alto. Gosto muito desse estilo e andei muito nessas rodas nos meus primeiros anos no Rio. Além disso, conheci pandeiristas mais novos, pós-Suzano, que tentam tocar de maneira mais pessoal, como Sergio Krakowski, que me mostrou outras possibilidades”, diz.
Com shows anuais nos Estados Unidos e alguns na Europa como parte do currículo, Feiner adianta que o disco será lançado no mercado internacional no final de março – no mês seguinte, tem agendada uma apresentação em Nova York. Ele já tocou em alguns projetos musicais de Belo Horizonte e manda recado para os produtores locais: “BH é uns dos meus lugares preferidos para tocar por causa da plateia mineira, sua cabeça aberta e seu respeito pela música instrumental”.