De acordo com o site TMZ, os responsáveis pela carreira do artista entendem que uma internação seria a melhor saída para Bieber no momento. O tratamento aconteceria em Los Angeles e envolveria sessões de terapia que apontariam a origem do comportamento recente do cantor — que culminou na prisão do artista após um racha em Miami, na última sexta-feira. Ele foi liberado, no mesmo dia, após pagar fiança de US$ 2,5 mil (cerca de R$ 5,9 mil).
Mesmo que o foco seja o comportamento do artista, as polêmicas envolvendo Justin Bieber o colocam em evidência. A cada confusão, o astro acumula publicidade gratuita e alimenta uma legião de fãs ansiosos por notícias e novas imagens. A internet é um bom termômetro disso: do momento da prisão até o fechamento desta edição, o nome do artista foi tuitado 3 milhões de vezes; e a hashtag #Wewillalwayssupportyoujustin (Justin, nós vamos sempre te apoiar, em português) liderou os assuntos mais comentados da rede social.
A lista de celebridades que transformaram a própria vida em uma sequência de confusões é extensa. Nomes como Whitney Houston, Amy Winehouse, Paris Hilton e Robert Downey Jr. entraram nesse ciclo. Alguns conseguiram sair e dar novos rumos à carreira; outros não tiveram a mesma sorte. É só lembrar o ocorrido com Michael Jackson, o rei do pop, que morreu em decorrência do uso contínuo de remédios.
A psicoterapeuta Cleuza Barbieri reforça que, durante os momentos de crise, a família exerce um papel decisivo. No caso do cantor canadense, a história é complicada. O pai, Jeremy Bieber, teria ajudado a bloquear a via pública na qual Bieber e o cantor de R&B Khalil Sharief batiam o racha. Além disso, segundo depoimento da estrela à polícia de Miami, a própria mãe, Pattie Mallette, facilitava o acesso aos ansiolíticos.
“Justin Bieber ficou famoso muito cedo, quando ainda não tinha maturidade. É muita carga, se não tiver um cuidado muito grande, as pessoas começam a perder o controle”, explica Cleuza Barbieri. “A criança precisa ter regras, limites, horários e rotina. Ele viveu uma desestrutura na construção da personalidade — dos conceitos, dos valores”, continua.
Próximos capítulos
A especialista aponta que um tratamento psiquiátrico pode mudar os rumos da carreira do popstar, que enfrenta um momento delicado. 'Journals', último disco do cantor, não conseguiu se firmar nas paradas e, segundo a NME, nem mesmo chegou ao top 40 da música mundial. Uma rádio canadense afirmou que não tocará mais as músicas de Justin Bieber caso ele recuse a internação.
“O tratamento tem como ser eficaz. As coisas darão certo se ele entender a própria vivência, a relação com a fama”, explica Cleuza Barbieri.
Para Guilherme Tintel, do portal It Pop, a atual situação de Justin deve ser analisada por dois lados. “Ele, que não tem tido tanto sucesso na música, precisa se manter em alta. Tem uma jogada de marketing. Por outro lado, todos os artistas que passaram por isso, procuraram ajuda médica”, opina. “Porém, nem sempre as consequências são positivas, como no caso da Britney, que ficou meio robótica depois do tratamento. Essas coisas mexem com a carreira”, completa.
Observador atento do cenário pop mundial, ele avalia que os recentes escândalos podem prejudicar Bieber. “Ao mesmo tempo que essas ações conseguem transformar aquela imagem de garoto, elas acabam deixando marcas negativas, como a perda de fãs (e mercado), sobretudo, as mais novas”, acredita Tintel.
O blogueiro Hugo Gloss entende que Justin repete o ciclo de estrelas que ganham fama e dinheiro rápido demais. “Ele perdeu a noção de certo e errado. Só a terapia para ele voltar aos eixos”, opina.