Um dos nomes mais admirados do cenário da música erudita, o maestro italiano Claudio Abbado morreu ontem em Bolonha, no Norte da Itália, aos 80 anos. O reconhecimento da obra do regente ia além do trabalho com a batuta: Abbado era considerado um revolucionário e esteve à frente de projetos de divulgação da música clássica além das salas de concerto, levando arte a hospitais, fábricas e prisões.
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Milanês e ligado aos movimentos culturais da esquerda italiana no pós-guerra, em companhia do diretor cênico Giorgio Strehler (1921-1997), foi diretor musical do Teatro Scala (1968-1986) e da Filarmônica de Berlim, sucedendo em 1989 ao legendário Herbert von Karajan. Permaneceu na orquestra até 2002. Foi o principal regente da Sinfônica de Londres (1979-1988) e diretor da Ópera Estatal de Viena (1986-1991).
Em relação ao estilo de suas interpretações, era considerado pelos músicos e pela crítica especializada como dono de estilo altamente refinado. Entre suas leituras, destaca-se a condução de sinfonias de Mahler e Bruckner, compositores de alta densidade sonora. Gravou também as sinfonias de Beethoven, Brahms, Schubert e Tchaikovsky.
Além da música de concerto, dirigiu montagens de ópera e gravou repertório lírico, com destaque para 'Wozzeck', de Alban Berg, 'O barbeiro de Sevilha', de Rossini, e Falstaff, 'Macbeth e Simon Boccanegra', de Verdi. Em 2010, dirigiu a Orquestra Juvenil Simón Bolívar, na Venezuela, ajudando a impulsionar o jovem regente venezuelano Gustavo Dudamel, uma das maiores estrelas da música de concerto contemporânea.
Claudio Abbado esteve no Brasil em 2000, com a Filarmônica de Berlim, convidado pelo Mozarteum Brasileiro. No Theatro Municipal, em São Paulo, conduziu uma série de sinfonias de Mozart. Em agosto de 2013, tornou-se senador vitalício em seu país por meio de nomeação do presidente da República italiana, Giorgio Napolitano, e em dezembro anunciou que renunciava ao seu salário parlamentar para repassá-lo ao financiamento de bolsas de estudos para jovens músicos da pequena cidade de Fiesole.