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O maestro chama atenção para o bom entrosamento entre artistas, plateias, estudantes e a cidade de Poços de Caldas, construindo um ambiente de aprendizado e apreço pela música. “O que é importante, já que a leveza nos relacionamentos colabora para que se faça boa música. Quando há interação entre os instrumentistas, quando o público percebe que há interesse dos participantes em tocar junto, entende melhor que o que está sendo apresentado: é música genuína”, define. O maestro enfatiza o conjunto da programação, mas observa que o modo como os pianistas Flávio Augusto (que vai tocar Liszt e Rachmaninoff) ou o russo Guigla Kapsarava (que vai interpretar concerto de Tchaikovsky), articulam expressividade e competência técnica faz deles artistas singulares.
Jean Reis é mestre em música pela Andrews University e em regência orquestral e violino pela University of Redland. Foi violinista de várias orquestras no Brasil e nos Estados Unidos, regeu grupos na Áustria, França e Argentina, além de atuar como professor convidado de festivais. É o fundador e diretor musical de mais cinco festivais: São Paulo, Maranguape (ES), Lages (SC), Bagé (RS) e Andradas (MG).
Festival MÚsica nas Montanhas
Concertos todos os dias, até 18 deste mês, em Poços de Caldas.
. Teatro da Urca, às 20h30, com convidados do festival e grupos formados durante o evento.
. Primeira Igreja Batista e Teatro da Urca, às 18h, com alunos de nível intermediário.
. Casa de Cultura de Poços de Caldas, dia 11, às 17h; dia 12, às 19h; e dia 18, às 17h.
. Entrada franca. Informações no site do Festival Música nas Montanhas.
três perguntas para... Jean Reis, diretor do Música nas Montanhas
1 Qual a importância e o papel dos festivais?
Festival é o encontro da música. Oferece para os alunos possibilidade de tocar com instrumentistas de outros locais, às vezes em grupos grandes, o que muitos não têm em suas cidades, com repertório significativo que eles não podem tocar sozinhos. É experiência, reciclagem, acesso a professores muito qualificados. Os festivais trazem ainda para as cidades que os abrigam programação intensa, que só existe nos grandes centros. É dose nada homeopática de música.
A situação é muito desigual. Tem cidade que tem teatro e não tem música. Outras têm música e não têm teatro. Há lugares em que os espaços não comportam o público, que é grande; e existem espaços que ficam vazios, porque a programação não desperta interesse. Na minha opinião, o essencial é ter programação que justifique a existência de um teatro. Já vi cidades que queriam comprar os instrumentos antes de ter quem se interessasse em tocá-los. O importante é ter, primeiro, gente que queira estudar música e, depois, os instrumentos.
3 Qual o desafio para quem cria ou administra festivais?
O mesmo posto a todo empreendedor: conseguir orçamento adequado ao projeto. Às vezes fazemos milagres com o que conseguimos.