

Brasil.
Relembre Reginaldo Rossi em fotos
O cantor reformulou o conceito de brega e, com músicas e declarações, esfregou na cara da sociedade a incoerência entre a crítica e a vida real. Democratizou os sentimentos, uniu pobres e ricos nas emoções e na mesa do bar, universalizou a dor, o amor, o chifre e a alegria da roedeira ao pé de um garçom, definido por ele como o confessor da humanidade, personagem inspiração para o maior sucesso musical. “Quando o chifre dói, o diploma cai da parede”, “Não há quem não bregue depois de três doses” e “No mundo inteiro, é romântico, mas, aqui, quem faz romantismo é brega” foram frases de uma filosofia levada adiante em mais de 300 composições gravadas ao longo da carreira.
saiba mais
-
Gaby Amarantos ressalta importância de Reginaldo Rossi
-
Joelma e Chimbinha, parceiros de Rossi, lamentam morte do compositor
-
''Quando o chifre dói, o diploma cai da parede'': relembre frases de Reginaldo Rossi
-
O dia em que Julio Iglesias se rendeu ao Rei do Brega
-
Fãs e amigos lamentam a morte de Reginaldo Rossi
-
Relembre momentos da carreira de Reginaldo Rossi
-
Um ano após a morte de Reginaldo Rossi, conheça canção inédita do Rei do Brega
-
Reginaldo Rossi universalizou a boemia, democratizou a roedeira, embaralhou dores e amores
Reginaldo Rossi assumiu a condição de popular das músicas às declarações. Orgulhava-se de preferir os termos usuais para compor, em vez de se valer das palavras rebuscadas agradáveis apenas à crítica. "Eu canto para o povão", mandou avisar por meio dos médicos, já do leito do hospital. As letras sempre remeteram à simplicidade: a tristeza depois de ser deixado pela pessoa amada, os suspiros nas carícias do casal, a traição, o bailinho, a ausência e a canalhice. Vieram A raposa e as uvas, Mon amou meu bem ma femme, Tô doidão, Deixa de banca, Garçon.
Com o microfone nas mãos, desferiu golpes duros no machismo, ao exigir igualdade amorosa para as mulheres, criticou a hipocrisia homofóbica, deu leveza ao chifre, calo social brasileiro muitas vezes combustível para atos de violência. “Por que o homem pode chifrar, chifrar, chifrar e a mulher não pode fazer nada?”. Rossi deu transparência ao sentimento.
O cantor havia se apresentado pela última vez em João Pessoa, depois de enfrentar três apresentações seguidas no Manhattan Café-Theatro, em Boa Viagem, no Recife. Estava com show marcado no revéillon, no Pina, Zona Sul do Recife, cidade cujo hino informal é uma de suas composições mais adoradas: "Recife, a minha cidade, o meu lugar".
Fumante inveterado de mais de dois maços de cigarro ao dia, consumidor de uísque misturado com Coca-Cola e jogador contumaz de pôquer, Reginaldo deixa a esposa Celeide e o filho Roberto. Mais: deixa órfão uma legião de fãs acostumados a cantar, sorrir e chorar ao som de letras capazes de desvendar e espalhar cada retalho da alma humana.