Hyldon sabe bem escolher com quem anda. Na década de 1970, teve como companheiros Tim Maia e Cassiano, formando a tríade sagrada da soul music nacional. Também em outras épocas produziu Erasmo Carlos, Diana, Wanderléa e Odair José – é dele a guitarra na gravação original de 'Uma vida só (Pare de tomar a pílula)'. Em seus próprios discos, o cantor, compositor e guitarrista baiano radicado no Rio de Janeiro gravou ao lado de Cristóvão Bastos e Azymuth e fez parceria com Caetano Veloso. 'Romances urbanos', novo trabalho de Hyldon, só vem reforçar essa veia gregária. Agora, o veterano soulman, autor de 'Na rua, na chuva, na fazenda' e 'As dores do mundo', está novamente bem acompanhado.
Produzido pelo próprio Hyldon, o álbum é fruto de parcerias, já que ele dividiu a autoria de todas as 12 canções com Zeca Baleiro, Arnaldo Antunes, Pedro Luís e Mano Brown. “Depois de morar seis anos e meio isolado em Teresópolis, quando voltei a Rio comecei a pensar em compartilhar. E acho legal trabalhar com diferentes gerações. Apesar de não ser um cara que está exposto na mídia, minha música sempre esteve presente”, continua o artista, hoje com 63 anos.
Abrindo o leque
Arnaldo Antunes é o colaborador mais constante. O encontro rendeu as canções 'Tempo, tempinho, tempão' e 'O tombo', essa última com assinatura também da cantora Céu, acordeom de Marcelo Jeneci e guitarra de Kassin. “Quando ia a São Paulo, dizia para o Arnaldo que a gente tinha que brincar de fazer música. Desse núcleo surgiu também 'Trato', que acabou entrando no novo disco dele”, conta Hyldon. O encontro de três gerações de cantores e compositores não parou aí: Serjão Loroza gravou recentemente o samba '17 beijos', também de Hyldon, Arnaldo e Céu.
Com Zeca Baleiro a parceria se deu por meio da internet. Amigos há anos, os dois compuseram 'No fim da estrada tem uma cidade', que abre o álbum. “A gente tem uma regra. Quem dá a palavra final é quem vai gravar a música”, conta Hyldon, coautor de 'Calma aí, coração', que abre 'Disco do ano', álbum mais recente de Baleiro. Nessa troca de figurinhas, Hyldon se tornou parceiro também de Mano Brown da maneira mais inusitada: estava visitando um presídio paulista quando o rapper ficou sabendo que ele estava lá. Foi encontrá-lo, os dois bateram papo acompanhados de violão e acabou surgindo 'Foi no baile black', que Brown também gravou, com outro tom, em seu próprio disco.
Mesmo com tantos parceiros, Hyldon foi econômico no registro. Chamou alguns instrumentistas e vocais de apoio, dependendo do clima de cada canção, e com forte acento soul o álbum ora recai em baladas, como 'Lua nova', 'O velho e novo amor' e 'Revanche' (um dos destaques), ora em músicas com muito suingue, que fazem jus à herança black. Em clima nostálgico, Foi no baile black é uma justa homenagem aos veteranos da cena brasileira, contando inclusive com uma introdução que cita referências como Toni Tornado, Cassiano, Carlos Daffé, Banda Black Rio e Gerson King Combo. 'Festa do síndico', com o vocal potente de Loroza, nem precisa dizer, é toda embalada na metaleira que marcou parte da obra de Tim Maia.
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Arnaldo Antunes é o colaborador mais constante. O encontro rendeu as canções 'Tempo, tempinho, tempão' e 'O tombo', essa última com assinatura também da cantora Céu, acordeom de Marcelo Jeneci e guitarra de Kassin. “Quando ia a São Paulo, dizia para o Arnaldo que a gente tinha que brincar de fazer música. Desse núcleo surgiu também 'Trato', que acabou entrando no novo disco dele”, conta Hyldon. O encontro de três gerações de cantores e compositores não parou aí: Serjão Loroza gravou recentemente o samba '17 beijos', também de Hyldon, Arnaldo e Céu.
Com Zeca Baleiro a parceria se deu por meio da internet. Amigos há anos, os dois compuseram 'No fim da estrada tem uma cidade', que abre o álbum. “A gente tem uma regra. Quem dá a palavra final é quem vai gravar a música”, conta Hyldon, coautor de 'Calma aí, coração', que abre 'Disco do ano', álbum mais recente de Baleiro. Nessa troca de figurinhas, Hyldon se tornou parceiro também de Mano Brown da maneira mais inusitada: estava visitando um presídio paulista quando o rapper ficou sabendo que ele estava lá. Foi encontrá-lo, os dois bateram papo acompanhados de violão e acabou surgindo 'Foi no baile black', que Brown também gravou, com outro tom, em seu próprio disco.
Mesmo com tantos parceiros, Hyldon foi econômico no registro. Chamou alguns instrumentistas e vocais de apoio, dependendo do clima de cada canção, e com forte acento soul o álbum ora recai em baladas, como 'Lua nova', 'O velho e novo amor' e 'Revanche' (um dos destaques), ora em músicas com muito suingue, que fazem jus à herança black. Em clima nostálgico, Foi no baile black é uma justa homenagem aos veteranos da cena brasileira, contando inclusive com uma introdução que cita referências como Toni Tornado, Cassiano, Carlos Daffé, Banda Black Rio e Gerson King Combo. 'Festa do síndico', com o vocal potente de Loroza, nem precisa dizer, é toda embalada na metaleira que marcou parte da obra de Tim Maia.