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Garimpando
Com um timbre de voz potente e elegante, Augusto Martins parece ter encontrado no violonista Marcel Powell a companhia ideal para gravar o disco. Afinal, apesar de recorrer ao desgastado formato de voz & violão, ele resultou em algo original diante da força do repertório, da interpretação e do próprio instrumento em si, que Marcel herdou do pai, Baden Powell.
Ao ressaltar a força contemporânea na obra do sambista, conhecido principalmente por obras como Diz que fui por aí e Opinião, Augusto Martins diz que composições como Tamborim (“Cavei muito buraco na avenida/Pra ajudar no progresso do metrô...”, dizem os versos) poderiam estar no repertório do rapper Marcelo D2, tamanha é a atualidade da canção, carregada de protesto político e ironia.
“A opção pelo minimalismo foi exatamente para destacar tais características da obra de Zé Keti”, continua Augusto Martins, que, para coroar de êxito o projeto, ainda foi buscar o violão percussivo de Marcel Power para acompanhá-lo. Apesar do acesso à filha do sambista, Augusto Martins lembra que não encontrou nada inédito de Zé Keti para gravar.
O repertório do CD vai de Diz que fui por aí a A voz do morro, passando por Tamborim, Nega Dina, Opinião, A flor do lodo, Leviana, Madrugada (A noite é minha), uma versão instrumental de Acender as velas, Máscara negra (“Tanto riso, oh quanto alegria/Mais de mil palhaços no salão... “, quem não se lembra da inspirada letra?), Malvadeza durão, Amor passageiro e A voz do morro.
PAIXÃO
“Na verdade, não tive muito contato com a obra de Zé Keti. Ela passou a existir para mim principalmente a partir deste disco, embora eu a respeitasse como cultura. Acho até que não tinha tocado 'Opinião' e 'Diz que fui por aí', que eu sempre conheci como cultura. De qualquer forma, passo a ter mais intimidade com ela a partir de então. Porém, antes de gravar o disco teve uma noite que um amigo meu cantou Madrugada. Na época, nem sonhava em conhecer o Augusto Martins. Falei, ‘poxa, que música bonita’. Quando Augusto me trouxe a proposta, quis colocar Madrugada no repertório, o que acabou acontecendo. Aí comecei realmente a me apaixonar pela obra menos óbvia do Zé Keti. Gostei muito também de 'Amor passageiro', que, a exemplo de 'Madrugada', é mais triste. Hoje, posso dizer que sou um apaixonado pela música dele.”
MARCEL POWELL, violonista.