Renato Teixeira e Sérgio Reis unem vozes em apresentação no Palácio das Artes

Com quatro décadas de amizade cantores sobem ao palco, nesta quinta-feira, para mostrar CD que é resultado do cruzamento de seus repertórios

por Eduardo Tristão Girão 05/12/2013 08:00

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Gualter Naves/Light Press
Renato Teixeira e Sérgio Reis têm encontro marcado hoje no palco do Grande Teatro do Palácio das Artes (foto: Gualter Naves/Light Press)
Amigos desde os anos 1970, Renato Teixeira e Sérgio Reis decidiram unir as forças para lançar um disco em 2010, que batizaram de 'Amizade sincera'. Usaram repertório em grande parte cantado por ambos e, com a ajuda dos filhos, providenciaram o registro, o primeiro em estúdio envolvendo os dois artistas. O resultado poderá ser conferido ao vivo nesta quinta-feira à noite, no Grande Teatro do Palácio das Artes.

“Sérgio é o artista que mais gravou músicas minhas. Quando resolvemos nos juntar com nossos filhos, não precisamos nem discutir o que iríamos cantar”, conta Teixeira. Os filhos, no caso, são Chico Teixeira (violão de 12 cordas) e João Lavraz (baixo), do lado de Renato; e Paulo Reis (viola e violão), do lado de Sérgio. Estarão todos no palco do Palácio das Artes, ao lado de Dudu Portes (bateria) e Márcio Werneck (flauta e clarinete).

No programa, canções bastante conhecidas do público:' Tocando em frente', 'Romaria', 'Amora', 'Comitiva esperança', 'O menino da porteira', 'Vide vida marvada', 'Frete' e' Trem do Pantanal'. “A gente traz a música caipira para a sonoridade atual. O som mudou muito. Inclusive, recebemos um OK para gravar o volume dois desse projeto. Vamos gravar músicas como 'Beijinho doce' e 'Cabecinha no ombro' sem descaracterizar, pois serão sucesso sempre”, adianta Teixeira. Inéditas também estão previstas.

Nos anos 1960, Renato Teixeira lutava pelo reconhecimento como compositor em festivais da canção enquanto Sérgio Reis se consagrava ídolo da Jovem Guarda. Só depois disso, em 1972, Reis se enveredou pela música caipira, gravando canções como 'Pinga ni mim', 'Filho adotivo' e 'Panela velha'. Cinco anos mais tarde, a gravação da cantora Elis Regina para 'Romaria' ajudou a projetar Teixeira nacionalmente, consolidando-o como talentoso intérprete do Brasil rural.

“O Sérgio tem umas coisas interessantes. A gente olha para ele e vê uma região do Brasil. Ele e Roberto Carlos são os maiores ídolos brasileiros, com a diferença de que o Sérgio sai na rua. Ele tem paciência, visita as pessoas. Quem quiser ser um artista bem-sucedido que o imite. As pessoas têm sorte de tê-lo por perto para poder curtir”, elogia Teixeira.

Deslocamento

O repertório também inclui parceria com Victor Chaves, da dupla Victor & Léo, na canção 'E quando o dia nascer'. “Está havendo uma aproximação entre a nossa geração e os sertanejos mais novos, em nome do conteúdo. Isso é bom. O trabalho que os mais jovens fazem é dançante, o que é bom, mas tem que ter conteúdo. Essa fusão é muito produtiva, bom sinal de que os próximos Chicos e Caetanos virão daí, com certeza”, afirma Teixeira.

O conceito de música sertaneja, a propósito, não é para Teixeira o mesmo que para muita gente. “Milton Nascimento é a maior referência de música sertaneja no Brasil. 'Morro velho', para mim, foi a primeira música sertaneja, nos anos 1960, e não 'Romaria', como todo mundo fala. Ninguém percebeu isso. Milton nunca foi MPB, mas um grande sertanejo. Aliás, não sei se ele gostará de ouvir isso”, analisa o artista. O show de hoje será dedicado a Bituca.

Amizade sincera

Show de Renato Teixeira e Sérgio Reis, quinta-feira, às 21h. Grande Teatro do Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Ingressos: R$ 150 (inteira) e R$ 75 (meia-entrada). Informações: (31) 3236-7400.

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