Mas a entronização de seus crossovers só ocorreu de fato em maio de 2012, quando 'Feel the love' e sua insidiosa levada drum’n’bass catapultaram o grupo não só ao primeiro lugar da parada inglesa, mas também ao topo das listas dos discos mais vendidos na Alemanha, Escócia, Austrália, Holanda, Irlanda, Bélgica e Nova Zelândia. Sem tempo nem disposição para perder o território conquistado, Rudimental logo começou a angariar fãs em novas fronteiras com 'Home'.
Nesse que é seu álbum de estreia, o conglomerado de produtores e DJs explora um truque validado pelos antecessores Soul II Soul e Massive Attack: nas suas 12 canções, vários vocalistas convidados se revezam, emprestando distinção ao febril jogo de luzes e sombras que incide sobre os múltiplos ritmos. E Rudimental foi buscar na voz da negra zâmbio-escocesa Emeli Sandé o élan que faltava para alavancar os hits 'Free' e 'More than anything'. Dona de um timbre a um só tempo grave e aveludado, ela realmente confere um brilho à parte ao som do Rudimental.
Quase ao mesmo nível de Sandé, a revelação Louise Rose “Foxes” Allen diz a que veio na exultante Right here. Astro da cena breakbeat, o inglês John Newman é a fera por trás do estouro transcontinental da já mencionada Feel the love; com seu inovador arranjo de metais. Adiante, a novata Ella Eyre não deixa pedra sobre pedra na mescla de funk líquido, neosoul e drum’n’bass da tonitruante Waiting all night, enquanto a autoproclamada “pansexual” rapper norte-americana Angel Haze ajuda o Rudimental a reduzir todo o resto de Home a cinzas depois de atear fogo na libidinosa e apropriadamente intitulada 'Hell could freeze'.