Pianista experiente, com passagens pelo choro, samba e jazz, Marcos Ariel se volta para o lado essencialmente pianístico em seu novo disco, 'Jazz carioca' (Biscoito Fino). Mesclando temas próprios e composições de mestres como Thelonius Monk, Wayne Shorter, John Coltrane, Charlie Parker e Bill Evans, o artista confere ao álbum sabor predominantemente brasileiro.
O trabalho foi produzido, gravado, mixado e masterizado no Rio de Janeiro pelo filho de Marcos, Lucas Ariel. Este é o 26º disco de sua carreira – o sétimo de piano solo. Entre as 11 faixas, três foram assinadas pelo pianista: 'Músico no parque', 'Ponteio da manhã' e 'Valsaa Alice', esta última um dos pontos altos do repertório autoral de Jazz carioca.
Dos mestres estrangeiros ele selecionou 'Blue monk' (Thelonius Monk), 'Ana Maria' (Wayne Shorter), 'Giant steps' (John Coltrane), 'Donna Lee' (Charlie Parker) e 'Journey to Recife' (Bill Evans). Completam a lista 'Falling grace' (Steve W. Swallow), 'Invitation (Bronislau Kaper) e a clássica 'Round midnight', parceria de Monk com Cootie Williams e Bernard D. Hanigen. A propósito, Ariel surpreende ao reinterpretá-la: adiciona, sem exageros, molho de samba ao tema que centenas (ou milhares) de jazzistas seguiram praticamente à risca em suas regravações. Sem dúvida, os baixos feitos com a mão esquerda e o gingado da mão direita nas harmonias e melodias orientam a audição.
O mesmo ocorre com 'Donna Lee', tema sinuoso e cheio de notas interpretado com competência sobre harmonia que parece pedir, a todo instante, acompanhamento de um pandeiro de samba. A versão de 'Giant steps' ganhou sabor carioca. A peça fundamental do repertório de Coltrane traz baixos mais “minimalistas” que 'Round midnight'.
Mas nem só de suingue é feito Jazz carioca. Ariel protagoniza momentos mais introspectivos e igualmente belos, como demonstra sua sensível leitura de Ana Maria, faixa de 'Native dancer' (1974), disco de 'Wayne Shorter', autor da canção, em parceria com Milton Nascimento.
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Dos mestres estrangeiros ele selecionou 'Blue monk' (Thelonius Monk), 'Ana Maria' (Wayne Shorter), 'Giant steps' (John Coltrane), 'Donna Lee' (Charlie Parker) e 'Journey to Recife' (Bill Evans). Completam a lista 'Falling grace' (Steve W. Swallow), 'Invitation (Bronislau Kaper) e a clássica 'Round midnight', parceria de Monk com Cootie Williams e Bernard D. Hanigen. A propósito, Ariel surpreende ao reinterpretá-la: adiciona, sem exageros, molho de samba ao tema que centenas (ou milhares) de jazzistas seguiram praticamente à risca em suas regravações. Sem dúvida, os baixos feitos com a mão esquerda e o gingado da mão direita nas harmonias e melodias orientam a audição.
O mesmo ocorre com 'Donna Lee', tema sinuoso e cheio de notas interpretado com competência sobre harmonia que parece pedir, a todo instante, acompanhamento de um pandeiro de samba. A versão de 'Giant steps' ganhou sabor carioca. A peça fundamental do repertório de Coltrane traz baixos mais “minimalistas” que 'Round midnight'.
Mas nem só de suingue é feito Jazz carioca. Ariel protagoniza momentos mais introspectivos e igualmente belos, como demonstra sua sensível leitura de Ana Maria, faixa de 'Native dancer' (1974), disco de 'Wayne Shorter', autor da canção, em parceria com Milton Nascimento.