7º FIV recebe músicos brasileiros e convidados internacionais

Sétima edição do evento tem programação com concertos e masterclasses abertas ao público

por Eduardo Tristão Girão 26/11/2013 07:00

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Diego Andrade/Divulgação
O mineiro Tabajara Belo abre evento que se inicia na noite desta terça-feira (foto: Diego Andrade/Divulgação)
Um pouco maior do que a edição passada (embora ainda “magro” se comparado aos primeiros anos), o 7º Festival Internacional de Violão (FIV) começa hoje, em Belo Horizonte, mesclando atrações brasileiras e internacionais com concertos, masterclasses e workshops. Com apresentações solo e outras em grupo, Aliéksey Vianna, Gilson Antunes, Marc Teicholz, Mike Moreno, Juarez Moreira, Judicael Perroy e Tabajara Belo se dividirão entre os palcos do Sesc Palladium e da Fundação de Educação Artística (FEA).


“Este ano, o festival está semelhante ao do ano passado, quando optamos por uma edição mais curta em teatros grandes. Passamos de dois para três dias, num total de seis concertos, que começarão na FEA. Aliás, foi lá que o evento começou. Juntamos artistas de características diferentes na mesma noite e é o maior barato. Inclusive, juntamos também públicos diferentes, o que é ótimo”, afirma o violonista Fernando Araújo, professor da Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais e um dos organizadores do festival.

Hoje à noite, apenas brasileiros se apresentarão na FEA: o paulista Gilson Antunes e o mineiro Tabajara Belo. O primeiro fará concerto solo focado na música contemporânea, o que inclui peças inéditas do compositor belo-horizontino Marcos Moreira Marcos escritas para o professor de violão Teodomiro Goulart. Tabajara experimentará uma série de formações ao lado de Bruno Pimenta (flautas), Kiko Mitre (baixo) e Márcio Bahia (bateria) para apresentar temas de seus dois primeiros discos, além de antecipar alguns do próximo CD, que ainda não foi gravado.

“Se fosse definir meu estilo, diria que sou um violonista que toca música brasileira com forte sotaque da linguagem harmônica de Minas e acabamento pautado na sonoridade e nas texturas da música erudita. A ligação com a vida acadêmica me manteve em contato com o universo e o repertório de concertista, mas, profissionalmente e no aprendizado não formal, sempre estive mergulhado na improvisação, no choro, no jazz e na música regional. Essa diversidade de intenções é a minha principal bandeira”, define Tabajara.

LAFIYA WATSON/DIVULGAÇÃO
O músico americano Mike Moreno faz com sua guitarra um jazz mais extrovertido (foto: LAFIYA WATSON/DIVULGAÇÃO)
Guitarra


Amanhã será a vez dos norte-americanos Marc Teicholz e Mike Moreno. “Moreno vai tocar mais guitarra que violão. Começamos a introduzir a guitarra no festival nos últimos anos. Ele é mais moderno, o jazz mais extrovertido dele vai funcionar bem no Grande Teatro do Sesc Palladium. Teicholz está gravando um disco com músicas do Ernesto Nazareth com arranjos do Sergio Assad. O programa dele terá um pouco disso e uma sonata do Assad. Já tivemos um francês tocando Pixinguinha e foi um sucesso. Imagino que agora também será”, conta Fernando.

“Conheci Sergio Assad quando fui dar aula no Conservatório de São Francisco e isso foi um dos melhores presentes que recebi. Numa noite ele me mostrou 16 arranjos de Nazareth que havia feito, mas nunca gravado. Ele disse que ainda não havia tido tempo de fazer isso. Ofereci-me para gravar e ele se dispôs a me ajudar. Nazareth é um dos pais da música brasileira. A obra dele é muito romântica, altamente influenciada por Chopin, particularmente as valsas, mas também, claro, tem ritmos típicos brasileiros. Também identifico muito de Scott Joplin na música dele”, observa Teicholz.

Fernando diz que raramente um nome se repetiu nas programações do festival ao longo dos anos e o francês Judicaël Perroy, que tocará na quinta-feira, é um deles. “Ele tem capacidade técnica fora do normal, é muito maduro musicalmente. Ele tem atuação forte na área didática, já foi muito premiado e os alunos dele têm vencido vários concursos”, justifica Fernando. O encerramento do evento, na mesma noite, ficará a cargo de um dos grandes nomes do violão mineiro, Juarez Moreira, que estará ao lado de outros dois gigantes, o baixista Luiz Alves e o baterista Robertinho Alves.

Engana-se quem pensa que as masterclasses e workshops são apenas para músicos e estudantes. Com entrada franca, elas recebem também interessados em assistir às performances comentadas e aos depoimentos dos experientes músicos que integram a programação do festival. “Mesmo as masterclasses, que são performances de alunos comentadas pelos violonistas, são interessantes para o público em geral. É possível acompanhar os bastidores da música, entender como o que foi ouvido no palco chegou àquela forma, como um determinado problema foi resolvido”, explica Fernando Araújo.

MARCELO ROSA/DIVULGAÇÃO
"A sonoridade é o que o violonista mais trabalha a vida inteiral", Fernando Araújo, violonista e um dos organizadores do FIV (foto: MARCELO ROSA/DIVULGAÇÃO)
Em busca do som perfeito

Fernando Araújo explica que tanto para os músicos quanto para o público as experiências de ouvir os concertos na Fundação de Educação Artística e no Grande Teatro do Sesc Palladium são totalmente diferentes. “A acústica da FEA é espetacular para violão e permite que o instrumento seja tocado sem amplificação. É absolutamente confortável para quem toca e para quem ouve. No Sesc Palladium, o perfil é oposto. Uma das vantagens de lá é que podemos receber mais público. Sempre usamos espaços diferentes de acordo com cada atração”, analisa.


Ele lembra que em edições anteriores os concertos chegaram a ser realizados na Praça da Liberdade, para público estimado em 5 mil pessoas. “A sonoridade é o que o violonista mais trabalha a vida inteira. Amplificado, o som não é como o original. Ao plugar o violão, perde-se um pouco do fascínio do som. Cada violonista tem o seu, é como uma impressão digital, e o mesmo vale para o instrumento. O microfone, a amplificação e as caixas de som também mudam as características”, afirma. O concerto de hoje de Gilson Antunes será todo desplugado e parte do de Tabajara Belo também.

Programação

» Hoje
9h – Masterclass com Gilson Antunes
(Sesc Palladium)
14h – Masterclass com Aliéksey Vianna
(Sesc Palladium)
20h30 – Concertos de Gilson Antunes e de Tabajara Belo (FEA)

» Amanhã
9h – Masterclass com Judicael Perroy
(Sesc Palladium)
13h – Workshop com Tabajara Belo (Sesc Palladium)
20h30 – Concertos de Marc Teicholz e de Mike Moreno (Sesc Palladium)

» Quinta
9h – Masterclass com Marc Teicholz (Sesc Palladium)
14h – Workshop com Mike Moreno (Sesc Palladium)
20h30 – Concertos de Judicael Perroy e de Juarez Moreira (Sesc Palladium)

7º Festival Internacional de Violão
Concertos, masterclasses e workshops com violonistas brasileiros e estrangeiros. De terça a quinta-feira, na Fundação de Educação Artística (Rua Gonçalves Dias, 320, Funcionários) e no Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro). Os ingressos para os concertos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). A entrada para assistir às masterclasses e oficinas é franca.

 

Informações: (31) 3226-6866 (Fundação de Educação Artística), (31) 3214-5350 (Sesc Palladium) e no site do evento.

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